Como educar crianças feministas?

Uma amiga de infância da escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, que tinha acabado de se tornar mãe de uma menina, pediu conselhos sobre como deveria fazer para criar sua filha como feminista. Em resposta, Chimamanda escreveu uma carta que virou o livro Para educar crianças feministas, o manifesto reúne conselhos simples de como oferecer uma formação igualitária a todas as crianças.

Educar crianças feministas

 

Aqui estão um resumos das sugestões da autora – mas não deixe de ler o livro e dar de presente para todo mundo que esteja participando da formação de uma criança, seja menina ou menino!

 

  1. Seja uma pessoa completa. A maternidade é uma dádiva maravilhosa, mas não seja definida apenas pela maternidade.

  2. Façam juntos. Pai deve fazer tudo o que a biologia permite – ou seja, tudo menos amamentar.

  3. Ensine a sua filha que “papeis de gênero” são totalmente absurdos. Nunca lhe diga para fazer ou deixar de fazer alguma coisa porque ela é menina. “Porque você é menina” nunca é razão para nada. Jamais.

  4. Cuidado com o feminismo leve, como Chimamanda denomina uma espécie de igualdade feminina condicional. Que vem da ideia que os homens são naturalmente superiores, mas “devem tratar bem as mulheres”. Não, não e não. A base para o bem-estar de uma mulher não pode ser resumir à condescendência masculina.

  5. Ensine sua filha a ler. Ensine-lhe o gosto pelos livros.

  6. Ensine sua filha a questionar a linguagem. A linguagem é o repositório de nossos preconceitos, de nossas crenças, de nossos pressupostos.

  7. Nunca fale de casamento como uma realização.

  8. Ensine sua filha a não se preocupar em agradar. A questão dela não é se fazer agradável, a questão é ser ela mesma, em sua plena personalidade, honesta e consciente da igualdade humana das outras pessoas.

  9. Dê a sua filha um senso de identidade, de pertencimento.

  10. Esteja atenta às atividades e à aparência dela. Incetive-a a praticar esportes. Ensine-lhe que ser ativa é de grande valor. Se ela gostar de maquiagem, deixe-a se maquiar. Se ela gostar de roupas da moda, deixe-a usar. Mas se não gostar, deixe também. Não pense que criá-la como feminista significa obriga-la a rejeitar a feminilidade. Feminismo e feminilidade não são mutuamente excludentes. É misógino sugerir o contrário.

  11. Ensine-a a questionar o uso seletivo da biologia como “razão” para normas sociais em nossa cultura. Muitas vezes usamos a biologia para explicar os privilégios dos homens.

  12. Converse com ela sobre sexo, e desde cedo. Nunca associe sexualidade e vergonha. Ou nudez e vergonha. Nunca transforme a “virgindade” em foco central. Toda conversa sobre virgindade se torna uma conversa sobre vergonha.

  13. Romances irão acontecer, então dê apoio. Ensine-lhe que, para amar, ela precisa se entregar emocionalmente, mas que também deve esperar receber. Penso que o amor é a coisa mais importante na vida. De qualquer espécie, da maneira que você definir, mas para mim, em termos gerais, o amor é ser grandemente valorizada por outro ser humano e dar grande valor a outro ser humano.

  14. Ao lhe ensinar sobre opressão, tenha o cuidado de não converter os oprimidos em santos. A santidade não é pré-requisito da dignidade. Pessoas que são más e desonestas continuam seres humanos e continuam a merecer dignidade.

  15. Ensine-lhe sobre a diferença. Torne a diferença algo comum. Torne a diferença normal. Porque a diferença é a realidade de nosso mundo. E, ao lhe ensinar sobre a diferença, você a preparar para sobreviver num mundo diversificado.

 

*Crédito da imagem em destaque: Shutterstock

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