Eu tinha o preconceito e o medo de ser substituída, não queria abrir mão da privacidade de andar como quisesse em casa. A presença da babá era estranha para mim, não sabia ser mãe, muito menos uma mãe com uma babá. Eu nunca fui de pedir ajuda, mas tive que aprender a me deixar ser ajudada.
Algumas regrinhas que me ajudaram no dia a dia com babá:
1) É importante estipular qual a rotina, o que ela deve fazer, as decisões que pode tomar na sua ausência. Nada muito rígido, um dia não é igual ao outro.
2) Tenha em mente que o importante é aquilo que funciona para o bebê. Não vale bola caindo na quadra, por causa do velho “deixa, que eu deixo”.
Nos primeiros dias depois do nascimento do meu filho, eu parecia um zumbi saído destes filmes B de terror, me arrastava. Comigo não funciona a regra de dormir quando o bebê dorme, eu só sei (mal e porcamente) dormir de noite. Não ter uma babá, seria uma condenação à infelicidade, nada saudável e totalmente incompatível com o momento delicioso que tenho vivido.
Aqui na nossa casa que cheira a bebê, ajustamos nossos dia e noites no momento em que decidimos ter um filho. Sempre dormimos muito tarde, e com a facilidade de trabalhar em um mercado que só demanda de nós a partir das 10h, acordávamos mais tarde. Diferentemente do que muitos pensam, ter babá não nos dá a carta branca para manter essa rotina. Passamos a dormir, ou ao menos a tentar dormir, bem antes do usual. E mesmo que a noite tenha sido longa, o despertardor está sempre programado para tocar bem cedo, assim desfrutamos das delícias do pequeno. O tempo do nosso sono agora é destinado à brincadeiras e café-da-manhã em família, algumas vezes, movido a bastante café.
Existe um movimento muito forte de profissionalização da maternidade, se você não larga tudo para ser mãe, você não é “A” mãe. Leio diversas mães dizendo serem mães 24h. Eu gostaria de saber se eu deixo de ser mãe porque estou trabalhando e não estou com o meu filho o dia inteiro.
Concluindo, ter babá não muda em nada a sua vida. Os cuidados e responsabilidades continuam sendo do casal. O que se consegue é um pouco de tempo livre para sair com o marido, conversar com os amigos, desfrutar do seu filho, enquanto as tarefas menos gostosas acabam sendo executadas por elas (as babás). Você ganha mais tempo para a família. É uma delícia ter alguém que olha pelo seu filho, se preocupa com ele e com você.
4 Comentários
Patricia – este foi o trecho que eu mais gostei! E sorry, inclui umas obs entre chaves! …
“Elas são o braço direito da mãe. [ e o esquerdo tb!] Nem os pais são tão presentes quanto as babás.[É vero!] Muitas pessoas optam por não ter babá ou porque têm uma estrutura de super empregada, ou alguém da família que pode ficar, ou são aquelas mães que simplesmente são super tudo, de A a Z (de Zen).”
Eu sou do tipo de mãe (e agora avó) que concorda com o que disse a Fernandinha Torres numa entrevista: que deviam ser 2 as barrigas da gravidez uma do BEBE e outra da BABA. Eu trabalhei como jornalista a vida inteira de 8 da matina às 8 da noite – como eu faria sem uma babá?
Oi Vera,
Que bom não me sentir sozinha nesse mundo 😉 suas observações são muito bem-vindas.
Sou fã da Fernanda Torres e pelo que leio a vejo como uma mãe muito presente e com uma família feliz.
Boas experiências são sempre inspiradoras.
Obrigada e saúde para toda a família.
Adorei o texto! Mesmo estando em licença maternidade, nao sei o que seria sem minha baba. Como li em outro texto por aqui, ser mãe é fácil, dificil é ser mãe, mulher, filha, amiga… E o mais importante, ter um tempinho só para vc tb.
Como achar a baba certa.e como seria essa baba mais nova ou mais velhas. Qual sua opiniao?