A polêmica em torno do swaddle (embrulhar o bebê em um cueiro)

Essa semana eu li uma matéria sobre a nova polêmica do mundo da maternidade que é embrulhar ou não embrulhar o bebê em um casulinho. O termo consagrado é o da língua inglesa, swaddle (que significa cueiro ou coberta). No Canadá, sobretudo, o tema está dividindo a comunidade médica.

Em 2002, o pediatra Harvey Karp publicou o best-seller The happiest baby on the block [O bebê mais feliz do pedaço], que diz aos pais que enrolar o bebê no cueiro ou manta leve é fundamental para reduzir o choro e ajudar os bebês a dormirem de barriga pra cima. “É por isso que eu recomendo [swaddling] para todos os bebês”, Karp disse em uma entrevista recente. “Mesmo um bebê calmo vai dormir mais e ser ainda mais calmo.” Muitos médicos concordam com ele.[1]

Mas, recentemente, outros médicos e profissionais de saúde como fisioterapeutas e enfermeiros passaram a condenar a prática por considerá-la insegura. Desde displasia do quadril até superaquecimento do bebê e o risco do cueiro se soltar e a criança acabar com um pano na cara e sufocar, todos esses incidentes foram reportados.

E por fim eles argumentam que a prática, criada fundamentalmente para prevenir morte súbita (pois força os pais a colocarem seus bebês de barriga pra cima), acaba provocando acidentes que são justamente as maiores causas da morte súbita.

Procurando mais e mais artigos sobre o tema, li também que o Dr. Willian Sears, um dos médicos americanos mais respeitados do mundo, também é contra a prática do swaddle pelos mesmos motivos e acrescenta que os bebês ou ficam viciados e passam a não conseguir dormir sem estarem com os movimentos contidos ou ainda, podem ficar com problemas no desenvolvimento motor, sobretudo em culturas onde se pratica o swaddling prolongado.

A questão fundamental aí é se a prática do swaddle, a de transformar o bebê em uma deliciosa panqueca é bom para o bebê ou para os pais.

Lá em casa swaddle foi uma prática muito pouco utilizada, pois minha filha, geniosa até o último fio de cabelo, não foi muito fã dessa técnica que a deixava sem movimentos exploratórios. E você, o que fez?



[1] Citação retirada do jornal online The Globe and Mail em 23 de outubro de 2012

 

Imagem: do site fofíssimo Swaddle designs. Se você não liga pra polêmica e quer empacotar seu bebê, essa loja é a mais fofa de todas. E ainda tem toalhas, cobertas e outros produtos delícia.

Postagem anterior
Ser e aprender a ser mãe
Próxima postagem
Para não perder o filho e andar na moda

18 Comentários

  1. 25 de outubro de 2012 at 7:50 — Responder

    Meu Ben também não ficava de jeito nenhum enrolado. Nasceu em pleno inverno, mas preferia ficar livre como é até hoje. Espero ele dormir para cobri-lo, pois nem isso ele gosta. Não gosta de nada que o faça se sentir preso, apertado…

  2. 25 de outubro de 2012 at 8:53 — Responder

    Aqui em casa também não durou muito, mas de qualquer forma sempre a deixava com os braços para fora… Ela nasceu em dezembro,.não dava pra passar o calor do rio enrolada dos pés a cabeça 🙂

  3. 25 de outubro de 2012 at 14:22 — Responder

    Não adotamos muito esta prática não. Na época que Luna nasceu eu li que era bom pro bb, pois ele se sentia “em casa”, já que o útero era apertadinho. Mas sempre achei melhor deixar a pequena se soltar.

    • Camila
      25 de outubro de 2012 at 14:30 — Responder

      Aline, Bárbara e Gabi. Pois é… conheço tanta gente que fez uso do swaddle, embora nunca por muito tempo. Lá em casa nas primeiras semanas eu ainda embrulhava ela. Mas nunca muito apertado. E logo que ela começou a se mexer mais um pouco ela DETESTAVA ficar com os braços cobertos. E hoje (com 2 anos e 2 meses) ela não se cobre (com manta) por nada. E quando eu a cubro, nas madrugadas ela grita, choraminga e fala “mamãe não cobi”. Aí eu invisto em pijamas quentinhos e seja o que Deus quiser. Ainda bem que eu moro no Rio! Beijos e obrigada pela leitura!

  4. Cristiana
    25 de outubro de 2012 at 15:06 — Responder

    Eu usei aqui em casa e recomendo. Não tive nenhum problema e Alice se adaptou super bem. Ajudou ela a dormir melhor e eu tb ( : acredito que o pelo fato de terem saido de um lugar tão apertadinho eles se sintam mais seguros do que qd simplesmente colocamos em um berço enorme. Os bebes tem aqueles “mini sustos” que parece uma sensação de “estou caindo” durante o sono e acordam exatamente por isso (exceto qd estão com fome, dor etc…) Por estarem contidos o susto é menor e não leva a despertar. Pra tirar tb não foi difícil. Vou te dizer que é um dos ítens que mais indico para futuras mamães. Polêmicas sempre vão existir mas temos que ter discernimento para não seguir todos os modimos ou acreditar em todas as previsões do apocalipse rsrsr

    • Sinara
      6 de Abril de 2014 at 1:20 — Responder

      Cristiana, eu tb uso e minha filha está com 5 meses e acho que está na hora de tirar pois não está mais cabendo nela. Com quantos meses vc tirou?
      Ela chorou nos primeiros dias?

    • Aline
      26 de junho de 2015 at 21:20 — Responder

      Eu usei muito com meu primeiro filho e , estou usando ainda mais com o segundo! Recomendo tb! Só estou na dúvida de ” até quando usei ?” .

  5. Larissa
    16 de novembro de 2012 at 1:23 — Responder

    Eu utilizei o swaddle na minha filha ate os dois meses e foi muito bom, ela dormia melhor e eu tambem. Parei porque ela comecou a forcar os bracos e eles sempre amanheciam fora do casulinho. Esse papo de que vicia o bebe ou atrasa o desenvolvimento motor me parece meio balela, especialmente se o uso for feito com moderacao, no soninho da noite. Talvez isso possa acontecer com quem deixar o bebe o dia todo enrolado, mas quem faz isso em sa consciencia?
    O unico aspecto negativo do swaddle (nem tao negativo assim) eh que ele da uma especie de “shut down” no bebe e a crianca acaba nao acordando com a frequencia necessaria para as mamadas. Minha pediatra recomendou amamentar a cada 3-4 horas nos primeiros meses e minha bebe dormia muito com o swaddle a noite, tipo 6 horas seguidas.
    bj

  6. Cintia
    22 de novembro de 2013 at 17:18 — Responder

    Recomendadissimo !!!
    Nao usei com a minha primeira filha e ela acordava umas 5 vezes a noite, já com a segunda filha, aderi o cueiro e ela dormia de 5 a 6 horas seguidas já no primeiro mês de vida .

  7. Felipe
    22 de novembro de 2013 at 22:50 — Responder

    O.cueiro ajudou bastante nas primeiras.semanas pós – parto. Foi fantástico! Mas, dp de três meses,.vejo bem o que médico Sears disse. Ravi está dificuldade de.dormir cm os braços soltos. Então,.estamos.repensando o.uso

    • Camila
      11 de dezembro de 2013 at 1:43 — Responder

      Felipe, como eu disse no post a minha filha, desde recém nascida preferiu os braços soltos e eu respeitei a decisão dela, de forma que o swaddle durou só algumas semanas aqui em casa. Mas concordo com o Dr Sears e outros médicos que esse limitador de movimentos acalma e deixa o bebê mais confortável, mas que eles podem se acostumar e depois ter mais dificuldades em se acalmar sem esse limitador. A pensar né? E o que vocês estão fazendo agora?

      • Nobília
        2 de Abril de 2014 at 12:09 — Responder

        A minha bebe está com quase 5 meses e desde os 3 meses só dorme se estiver dentro do “casulo”. Durante o dia as sonecas dela não passão dos 20 minuto pois chaqualha demais os braços. Já não sei mais o que fazer para ajudá-la. Só coloco ela para dormir nesta roupinha a noite. E dai durante o dia não consigo fazer nada pq ela não dorme, até tem sono e nino ela para dormir, mas se acorda em questão de minutos. Se alguém tiver alguma sugestão que possa me ajudar serei muito grata.

        • Camila
          2 de Abril de 2014 at 12:25 — Responder

          Nobília, o swaddle é bom para recém-nascidos, mas o problema é justamente viciar nessa posição e não conseguir dormir quando estiver livre. Eu, se fosse você, faria o esforço de aos poucos ir abandonando o casulo. ela precisa ficar livre pra se movimentar e se desenvolver. Deixe ela quentinha, mas sem cobertas.

        • Talita
          11 de julho de 2015 at 15:38 — Responder

          Estou na mesmíssima situação: Alícia, 4 meses, dorme no casulinho a noite, mas durante o dia, a soneca dura no máximo 29 minutos 🙁

  8. Beatriz
    2 de outubro de 2014 at 6:10 — Responder

    Fico claustrofóbica só de ver as fotos. Embrulhar no cueiro é bem incompatível com climas quentes e meu filho, hoje com 7 anos, nunca foi embrulhado em cueiro, nem uma vez sequer. Ele nasceu no inverno, em São Paulo, e mesmo assim sempre suou muito no pescoço, no cabelo, então eu sempre me coloquei no lugar dele e me preocupava muito com ele estar desconfortável. Percebi que é uma febre nos Estados Unidos e os depoimentos dos pais são sempre de alívio pelo fato dos adultos conseguirem dormir. Sim, pais precisam dormir mas o conforto dos bebês também tem que ser levado muito a sério. Me parece não natural os bebês sequer acordarem para mamar. Talvez usar com moderação, sem tolher os braços, sem apertar muito e somente no frio.

  9. Viviane
    12 de Janeiro de 2015 at 22:15 — Responder

    Usei por pouquíssimo tempo no primeiro filho. No segundo não usei devido a uma suspeita de displasia de quadril, que não se confirmou depois e não fez diferença no sono dos bebês.

  10. Denise de Holanda
    18 de novembro de 2016 at 9:38 — Responder

    Uma técnica que me pareceu interessante, um meio termo entre o casulo e deixar solto, é o “ninho”. Ainda estou grávida do meu primeiro filho, mas, tenho pesquisado muito e acho que resolve o problema de quem não gosta da idéia do casulo. Limita o espaço do bebe e não seu movimento. Deêm uma olhada! Abraços.

Envie uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Voltar
COMPARTILHAR

A polêmica em torno do swaddle (embrulhar o bebê em um cueiro)