Meu filho não tem ainda três anos de idade, mas desde sempre ouço de amigos e desconhecidos o elogio que acho que toda mãe quer ouvir: “seu filho tem uma carinha feliz!”. Não sei dizer ao certo para você qual a receita da felicidade e nem aonde ela mora. Meu filho tem casa, não passa frio nem fome, tem o amor dos pais, dos familiares, das pessoas que estão rotineiramente em nosso convívio. Ele tem brinquedos, mas, acima de tudo, tem com quem brincar. Desde bebê a gente faz piada dizendo que nós, humanos, somos seus brinquedos prediletos – e ainda hoje continuo com essa certeza.
Para uma criança pequena, a felicidade é um grande apanhado de coisas que ela ainda não tem como separar e nomear. Por isso, mais do que falar sobre o que nos faz bem, o que nos faz felizes, o que funciona na nossa casa é ensinar a ser feliz por meio de exemplo.
Como sobrinho e neto temporão – sua prima mais nova tem 11 anos -, ele é mimado por tios e primos. Coleções inteiras de carrinhos aparecem a cada visita, herdadas dos primos mais velhos – são os brinquedos com memória, como costumo chamá-los e que, acreditamos, trazem mais felicidade porque nos chegam com afeto.
Meu filho brinca com caixas de papelão e com garrafas PET como se fossem a última novidade do mercado, e nós damos o mesmo valor. Ele troca o seu brinquedo novo por uma boa brincadeira de pique-pega, deixa de lado a sua massinha nova e nos acompanha na cabaninha improvisada com o lençol (ele é o lobo e nós, seus pais, os porquinhos). Somos uma família feliz porque trabalhamos para isso.
Somos pais em uma idade não tão nova para aguentar todo tipo de aventura, mas nos esforçamos muito para dar amor e atenção em cada momento que desfrutamos juntos, fazendo com que ele sinta quão importante é para nós, o quanto ele nos faz feliz. Esperamos que ele cresça assim, confiante e contente, e passe adiante a “receita” de felicidade que ajudou a criar.
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