Há mais ou menos um mês teve um “surto” de impetigo na turma do Adam. Uma criança foi passando para a outra até que a primeira conseguisse ser diagnosticada e assim surgir o alerta para os outros pais. Adam foi um dos primeiros e demoramos cerca de dois dias para ter o diagnóstico. Como ele já tem uma pele atópica, coisa de criança alérgica, achamos que a ferida aberta era por conta da quantidade de repelente que estava sendo utilizado (dengue, zika …). Tempos difíceis esses…
Como vi que o assunto continua presente em vários grupos de mães, aqui vai um pouco do que aprendi sobre o impetigo.
Causa
- Impetigo é uma infecção altamente contagiosa da pele e que afeta principalmente bebês e crianças. A infecção pode ser causada por dois tipos de bactérias: Streptococcus pyogenes ou Staphylococcus aureus. O curioso é que ambas as bactérias estão na nossa pele sem nos causar nenhum dano, mas quando surge alguma lesão que quebra esta primeira barreira da pele, mesmo uma simples picada de mosquito, pode favorecer a entrada de bactérias para dentro do nosso corpo (nas camadas mais internas da pele).
- Na maioria das vezes, as primeiras feridas vermelhas aparecem no rosto – especialmente em torno do nariz e da boca. Se tornam bolhas (pústulas) que quando estouram formam uma crosta de cor dourada.
- Podemos ser infectados a partir de um toque (contato pele com pele) ou ainda, quando se tem contato com itens infectados como vestuário, roupa de cama e especialmente brinquedos.
Fatores de risco
- Idade – qualquer pessoa pode desenvolver impetigo, mas é mais comum em crianças de 2 a 6 anos de idade;
- Ambiente – ambiente escolar com muitas crianças e trocas constante;
- Clima quente e úmido. O impetigo é bem mais comum no verão, mas como aqui no Rio de Janeiro a onda de calor não dá refresco…
- Pele seca ou com feridas – uma lesão pequena na pele já é suficiente para a entrada da bactéria;
- Imunidade baixa – idosos e/ou portadores de doenças crônicas podem desenvolver uma forma mais grave do impetigo.
Sinais e sintomas
- Os sinais clássicos são feridas vermelhas que rapidamente se rompem e também a facilidade com que se espalha por outras áreas do corpo. A criança coça a ferida da boca e depois coça o braço. No dia seguinte o braço irá apresentar as mesmas feridas. As feridas não costumas ser dolorosas, mas a coceira e o ardor são as queixas mais frequentes.
- NOTA: Existem mais duas formas de impetigo, uma menos comum chamada impetigo bolhoso, onde os sintomas são os mesmos mas bolhas são bem maiores, e ocorrem no tronco ou nas áreas de contato da fralda em bebês, raramente chegam a face. A forma mais grave, ectima, a toxina penetra mais profundamente na pele causando feridas dolorosas e que se transformam em úlceras profundas que na maioria das vezes precisam ser drenadas.
- Os médicos geralmente fazem o diagnóstico apenas examinando a área.
Tratamento e cuidados
- Os antibióticos são o pilar do tratamento impetigo. Se as lesões forem muito discretas, o tratamento pode ser feito apenas com boa higiene do local e antibióticos tópicos (cremes e pomadas) aplicados diretamente nas lesões.
- Um dos maiores cuidados está na remoção das crostas de pus. A dermatologista do meu filho indicou usar gaze embebida em água morna e sabão líquido neutro para ajudar a remoção das crostas. Não adianta ficar colocando camada de creme sobre camada de creme em cima de pele contaminada.
- Como as lesões do Adam se desenvolveram rapidamente, foi recomendado que iniciássemos o uso de antibiótico oral. Isso ajudou também a diminuir a velocidade de multiplicação das lesões.
- Sobre o tempo de duração, o impetigo pode ir embora do mesmo jeito que veio só com uso de pomadas, o que vai levar em torno de 15 a 20 dias. Quando se faz o uso de antibióticos de uso oral, esse tempo diminui bem.
- Os cuidados se devem não só ao tratamento da lesão da pele, mas em evitar a contaminação de outras crianças. Adam ficou 2 dias sem ir para a escola depois que começou o tratamento com antibiótico oral para ter a certeza de que não passaria para outras crianças.
Espero ter ajudado.
Sem Comentários