Meu filho tem medo de médico

Criança com medo de médico é das coisas mais comuns do mundo materno.

 

Logo que elas nascem, não há nenhum problema, mas assim que começam a se entender melhor com o mundo, cada visita ao pediatra pode virar um dramalhão. E você tem que lidar, claro. Acho que o segredo  é tentar transmitir calma e, dentro do possível, sobretudo se for visita de rotina, transformar a consulta em algo divertido.

Lá em casa, a melhor maneira de lidar com a gritaria da Victoria – que começava assim que ela punha os olhos no médico -, foi justamente a dica do pediatra: “Faz carinho nela, mas deixa chorar que acaba mais rápido”. Ele era muito carinhoso com a Victoria, falava palavras de conforto enquanto aproveitava a boca aberta do berreiro para examinar garganta e vias aéreas. Depois, aproveitava que ela se debatia para examinar o ouvido. Eu, no início, ficava com o coração na mão, mas como tinha que passar por isso a cada mês, eventualmente acabei relaxando e a deixava berrar. Era rápido e não doía em ninguém. Talvez nos nossos ouvidos. Sinal de que o pulmão tá bom (risos). E, claro, o berreiro acabava assim que ele parava de tocar nela e dava um brinquedo interessante.

Mas quanto tempo dura?

Essa fase de medo de médico começou quando ela tinha uns oito meses e durou até bem perto dos dois anos. Eventualmente troquei de pediatra, pois resolvi colocá-la para se tratar com uma homeopata, e o berreiro continuou igual. E era engraçado porque a pediatra é alta, tem vozeirão e fazia mil graças com a Victoria, que só fazia berrar mais. Hoje, aos três anos e três meses, ela e essa pediatra são amigas e companheiras. Victoria leva brinquedos para a “tia” ver, conta o que está sentindo, abre a boca, tira a roupa e faz gracinha. De quebra, adora a recepcionista que dá lanche, leva para ir ao banheiro e até já pintou as unhas da pequena para distraí-la. Mesmo doente, ir ao consultório virou uma grande farra.

Minhas dicas para quem passa por isso:

  • O medo é normal e geralmente passa até mais ou menos a criança fazer três anos, às vezes antes.
  • Os pediatras já estão escolados com crianças medrosas, não fique constrangida e nem aborrecida com o pequeno.
  • Sei que dói, mas é tipo vacina, acaba rápido. Deixe o pediatra examinar a criança, mesmo se esgoelando, afinal, é algo que precisa ser feito.
  • Faça carinho no seu filho, seja nas pernas, seja no braço, aonde você tiver posicionada. Fale palavras de conforto, baixinho, incentive o seu filho a obedecer às solicitações. “Abre a boca”, “tosse”, “vira pro lado”, se ele já for maiorzinho.
  • Quando acabar o exame, abrace, beije, limpe as lágrimas, vista sua criança calmamente e sem afobação. Quando a Victoria ficava especialmente apavorada, eu sacava um peito e a deixava se acalmar mamando. Enquanto isso eu terminava a consulta com o pediatra sem atropelos. Se você não amamenta mais, ofereça um mordedor, uma água, um suquinho, enfim, algo pra sugar ou morder ajuda muito.
  • Se o pânico for imenso, tente comprar alguma boneca específica que brinca de médico. Toda loja de brinquedos tem algum modelo. Normalmente vem uma boneca, jaleco e todos os apetrechos. A da Victoria vem até uma vacina. A pediatra quase caiu pra trás, mas a Victoria adorou e agora dá vacina em todas as bonecas. Fantasiar ajuda as crianças a resolverem suas questões e também seus medos.

 

Imagens: www.freedigitalphotos.net

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