O primeiro ano do resto da vida dos nossos filhos

Quando o filho entra na creche ou na pré-escola, existe um período de adaptação para as crianças e as mães se acostumarem com a nova rotina. O horário na escolinha vai aumentando gradativamente para ensinar de forma suave que mães e filhos podem viver separadamente por algumas horas do dia.

É difícil quando a criança NÃO quer ficar na escola e chora e é difícil quando a criança QUER ficar e não chora. Conheço algumas mães que ficaram desorientadas quando os filhos acenaram e entraram com suas mochilinhas sem olharem para trás. Não me espantaria se a sala da coordenadora abrigasse mais mães chorosas do que crianças nesse dia.

Achei que o período de adaptação escolar estava encerrado na minha vida depois de quatro anos de primeiros dias de aula na pré-escola, mas aí veio o ensino fundamental, a transferência para a “escola dos grandes”, as salas com carteiras, os livros e cadernos; e eu precisei me adaptar. O meu filho estava bem, animado; quem precisou se adaptar fui eu. Aquele primeiro dia inaugurava uma nova fase da vida dele e eu sabia bem o que viria pela frente. Provas, notas, primeiros amores, decepções, brigas, alegrias, tantas coisas acontecerão dentro dos muros daquela escola nos próximos 12 anos.

Ele está ali entrando para o primeiro dia de aula no ensino fundamental, escancarando para a minha câmera seu sorriso esburacado, e vai sair um adolescente maior do que eu. E por mais que eu esteja por perto, na saída da escola, nas festa juninas e reuniões de pais, é a vida dele que ele está tomando para si.  E eu preciso permitir que seja assim, apesar da minha presença imensa de mãe, meu instinto em protegê-lo e a teimosia em insistir que a minha experiência de vida vai ser útil para ele em todos os momentos.

É o primeiro dia de aula no ensino fundamental. Você entra na escola, acompanha ele até a sala, dá um beijo na frente dos colegas, pensa se ano que vem isso ainda será possível fazer isso, e vai embora. Demora dez minutos e você lembra a vida inteira.

 

 

Crédito da imagem: slightly everything

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2 Comentários

  1. 25 de Fevereiro de 2013 at 11:04 — Responder

    A gente aprende o que é ser mãe a vida toda, né? Nunca pára… E é por essas que penso que o coração realmente é o órgão mais importante do corpo, trabalha demais pra aguentar tanta coisa.
    Abraços,
    ALine
    http://www.decaronanacegonha.blogspot.com

    • Mariana
      26 de Fevereiro de 2013 at 23:40 — Responder

      A vida toda, Aline. 🙂

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