Uma das coisas que mais afligem os pais é quando veem seus filhos com medo de alguma coisa. Não estou falando daquele medo em que nós podemos pegá-los no colo e dizer que está tudo bem e acalmá-los. Falo dos medos complicados, difíceis para os pais lidarem, que fazem os filhos não dormirem direito e acordarem no meio da noite chorando, com pesadelos.
Não sabemos o que fazer e nem do que se tratam. Tentamos, em vão, entender e perguntar para as crianças se elas se lembram do que estavam sonhando. Os pequenos, para tentar aplacar e tentar dar um significado aos seus sentimentos passam a nomeá-los: “era uma bruxa, um monstro, um lobo”, encaixando vários personagens que fazem parte de seus repertórios dentro daquele momento assustador.
Na realidade, adultos e crianças sentem os mesmos medos, angústias e ansiedades. A diferença é que nós, os adultos, temos mais ferramentas concretas e menos imaginação para dar conta do recado.
As crianças não tem muita clareza para diferenciar fantasia da realidade. É fácil perceber o quanto uma criança de até 4-5 anos pode se sentir ameaçada por uma simples imagem de livro. Essas fantasias estão relacionadas tanto com as coisas boas quanto com as coisas ruins. A princesa, a bruxa, a fada… Não é por acaso que os contos de fadas fazem grande sucesso com as crianças pequenas.
Muitos contos de fadas são a própria matéria dos pesadelos das crianças. Nos seus pesadelos aparecem versões malvadas dos seus pais e deles mesmos. Os adultos, que as crianças conhecem de uma maneira protetora e acolhedora, também podem ser vistos como verdadeiros monstros e gigantes que as ameaçam com o dobro de seus tamanhos. Mães podem se transformar em madrastas ou bruxas e elas próprias podem se transformar em personagens cruéis e malvados.
Isso não significa que a criança tenha tido alguma experiência exclusivamente má para que ocorram esses pesadelos. O que as crianças estão tentando fazer é separar seus sentimentos de amor e ódio e por isso se encontram sujeitas a todo tipo de emoções bastante primitivas; e isso pode gerar bastante angústia e tensão.
Por exemplo, uma criança pode ficar muito zangada com sua mãe de vez em quando, talvez mais zangada em um nível inconsciente do que consegue demonstrar na vida cotidiana, e esse ressentimento pode vir à tona em um pesadelo durante a noite.
E o que podemos fazer quando isso acontecer?
Acredito que se os pais passam a compreender o significado do pesadelo já é um grande passo. Assim pode avaliar se alguma coisa está errada ou ameaçando a criança no ambiente que a cerca e dar a segurança que ela precisa para superar os obstáculos. E por fim dar carinho, amor e muito colo!
Imagem: ciadefoto
3 Comentários
Hoje Luna acordou de madrugada chorando muito. Ela repetia, sem parar “Quero lavar minha mão”. Tentei acalmá-la de várias formas, mas nada adiantou. Só sossegou depois de irmos ao banheiro e eu realmente lavar suas mãos.
Seria tão bom saber o que ela estava sonhando…
Abraços
http://www.decaronanacegonha.blogspot.com
Aline, aqui a Victoria também acordava com pesadelos. Ela ficava realmente insegura e só sossegava quando dormia encostada em mim. Depois de um tempo passou 🙂
Meu filho tem pesadelos faz 2 meses…. 5 noites por semana no minimo. Estou voltando a fase inicial acordando de 3 em 3 horas. Não sei como ajudar. Ele nao lembra, nem acorda, faz tudo com os olhinhos fechados. So dou carinho e espero ele acalmar…. MAE CANSADA….