Quem nunca ouve da própria mãe “não sei como vocês fazem hoje, mas na minha época era diferente”, ou “eu fiz isso com três filhos e tá todo mundo vivo e forte”.
Venho refletindo bastante sobre a quantidade de informação que as mães desta geração têm em suas mãos e o poder de interação virtual que possuem e o quanto isso ajuda. Mas também atrapalha e muito.
Um dos meus primos médicos amaldiçoa todo paciente que usa a internet para entender seus exames ou sintomas. Ou para procurar algum remédio para se automedicar. Sou obrigada a concordar com ele que as pessoas são muito irresponsáveis com a própria saúde e confiam muito em pessoas estranhas.
Aqui na redação lembramos sempre de um caso que lemos sobre um bebê que se intoxicou por conta do excesso de remédios que existem nas pomadas para tratar assaduras, de tanta mistura que a mãe passou no bumbum do bebê para conter uma assadura severa. Aliás, é por este motivo (e também porque não somos especialistas) que jamais indicamos qualquer tipo de remédio aqui no Mundo Ovo e batemos sempre na mesma tecla, solicitando que nossas leitoras procurem o médico ou pediatra da família.
Também acho exagerada a reação de algumas mães que pautam a educação de seus filhos exclusivamente nos inúmeros “manuais” que ensinam o bebê a ser feliz, dormir, comer ou a se comportar. São milhares de livros e sites e blogs, que são radicais em seus pontos de vista e que condenam todas as outras maneiras de viver. Especialistas e outros pais e mães que são donos da verdade e acabam esquecendo que cada criança é única e vive em um circulo familiar único.
Existe muita sandice, mas claro que muito do que se diz é útil e verdadeiro. O que eu quero dizer é que nós, mães de primeira viagem precisamos e devemos usar o bom senso. Claro que precisamos nos informar, saber das novidades e tendências e devemos estar à frente do nosso tempo. Viemos para este mundo para aprender e evoluir sempre. Mas acho que precisamos usar com muito cuidado o nosso “filtro” e entendermos quem somos e nossas convicções e principalmente quem é esse pequenino ser que estamos criando. Porque, desde o seu nascimento, ele já está dando dicas de quem ele será no futuro. E você precisa ficar atenta.
Quero dizer que temos o direito usar e abusar dos livros e das experiências de terceiros. E mais ainda nos beneficiarmos da saudável troca com quem está passando pelo mesmo momento, no mesmo barco, querendo se comunicar, trocar, compartilhar angústias. Mas jamais deixe de confiar na sua sensibilidade e convicção. Saiba, antes de tudo, que você é a melhor mãe que o seu filho poderia ter. Você vai transgredir muitas regras, vai quebrar paradigmas e vai criar um ser humano incrível, exatamente do seu jeito. Vai errar bastante também, é claro. Mas isso é assunto pra outro momento.
8 Comentários
Adoro estas matérias que vcs publicam!
Wal, obrigada pelo carinho.
Camila, adorei! Bjs Valeria Seidl
Querida, que bom! Muitas saudades e beijocas.
Muito boa a matéria. Uma boa resposta para avó, quando repetir a eterna frase de que “na minha época era diferente”, é dizer que na época da mãe dela era também diferente.
Hahahaha, boa! Essa vou passar a usar com frequência!
Adorei! Esse é exatamente o tema sobre o qual estou escrevendo para o meu blog. Acredito que posturas radicais e muito pragmáticas só servem para gerar discórdia. Durante a gravidez abusamos do “com meu filho, eu nunca…”, e esquecemos que dentro da barriga há um serzinho com personalidade própria e que passará a vida a nos surpreender. Hoje, há mais caminhos pelos quais as mães podem seguir. Temos mais escolhas e, por isso, todo cuidado é pouco.
Muito boa … realmente me esforço para ser a melhor mãe que meu filho possa ter 🙂