A gravidez e o medo do desconhecido

Quando uma mulher se descobre grávida, um dos vários sentimentos experimentados é o medo. Esse medo assombra quase toda gestação, sobretudo da mãe de primeira viagem. Lembro claramente quando eu e a Paty nos conhecemos e uma das primeiras coisas que ela me disse era que tinha medo que o Adam não gostasse dela. Eu confidenciei que meu maior medo era não dar conta de todos os afazeres e que eu ia acabar sendo uma péssima mãe ausente.

O seu medo pode ser outro, pequeno ou grande, não importa. Cada mulher tem suas razões e hormônios da gravidez atazanando o seu universo. Mas a verdade é que o medo que nos assombra é o medo do desconhecido.

Pensa bem. Independentemente da sua situação (se casada, solteira ou qualquer outra configuração), você era uma pessoa livre. Livre para decidir que horas almoçar, onde trabalhar, de que forma viver. Aí você fica grávida. Cataploft. Mesmo que seja uma gravidez desejada, amada e querida tudo muda assim que o grão de feijão começa a aparecer na sua ultrassonografia.

Você vira mãe da noite pro dia. Já fala em “nós” antes mesmo do bebê mexer; já toma decisões considerando uma criança na família; não bebe e nem come comida japonesa. Já comemora Dia das Mães, ora bolas! E aí que virar mãe da noite pro dia também dá aquele pânico, porque né? Não tem manual, não tem um chip que instalam no seu cérebro e você faz download da função mãe. Tudo o que você pensa é:

Como lidar??????????????????????????????????????? (Sim tem todas essas interrogações mesmo!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! E todas essas exclamações, sinto dizer) 🙂

E eu acho que esse medo do desconhecido é que faz tudo virar um monstro de sete cabeças: medo do bebê não gostar de você, ou de não saber ser mãe, medo do parto, da dor, das sensações. Medo do enjoo, do marido não querer mais saber de você e vice versa, medo de não dormir nunca mais, de não saber amamentar, de não saber dar banho e até ______________________ (fale em voz alta aqui o seu medo do dia).

Olha, eu só tenho uma filha, que já vai fazer cinco anos. Nesse período eu tive uma gestação maravilhosa e assoberbada, nasceu uma menina perfeita e linda. Fui feliz, fui triste. Lidei com tudo mesmo sem saber lidar, procurei na Internet um blog legal como o Mundo Ovo (cof cof) para dar dicas práticas, confiei no pediatra, discuti outras decisões com o mesmo pediatra, chorei com a obstetra, me separei, lidei com essa nova dinâmica familiar e tive muito medo.

Olha… Posso te falar? O medo não passa. O medo do desconhecido continua ali como parte dessa grande aventura. Só que os medos vão mudando. Você continua questionando seu papel como mãe e suponho que vá ser assim para todo o sempre. A gente ganha confiança a cada acerto e se tiver um bom analista ou um grupo de suporte, não volta várias casas para trás cada vez que der um passo em falso. A gente erra, acerta e todos sobrevivemos. Você e seu bebê.

Algumas coisas vão funcionar exatamente do jeito que você pensou. Outras não. Você vai descobrir um jogo de cintura que não sabia que existia. E tudo vai dar certo. E se não der, você também vai achar em você a maior mãe leoa guerreira de toda a galáxia e vai lidar de cabeça erguida com o que a vida trouxer pra você.

Porque desde que esse feijão apareceu na sua barriga, você virou MÃE. Não existe melhor palavra em nenhum idioma que defina tantos sentimentos positivos e de força como a palavra mãe. Pensa nisso e deixa o medo dissipar. E conte com a gente para te lembrar todos os dias do seu poder. Porque a mãe é, antes de tudo, uma super-heroína em trajes comuns e rabo de cavalo. Se olha lá no espelho!

 

 

Imagem: Shutterstock Tepikina Nastya

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1 Comment

  1. Eliane Vieira
    6 de Março de 2015 at 7:34 — Responder

    Perfeito!!

    A palavra que sempre rondou esse tempo todo de maternidade foi “medo”. Não sei porque nos cobramos tanto se, na grande maioria das vezes, acertamos, né??

    Foi muito bom mesmo ler que sou uma heroína. Obrigada!

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