Escrevemos uma vez aqui sobre a história de um convite para uma festa de um ano que deu o que falar na internet. Os pais do pequeno aniversariante mandaram um e-mail cheio de exigências para a família e os amigos, detalhando os presentes que poderiam ser dados e como proceder caso alguém desejasse dar alguma coisa que estivesse fora da lista.
A repercussão foi negativa, a maioria dos comentários dizia achar aquilo um absurdo e uma falta de educação. Mas fez a gente pensar… Afinal, é um exagero mesmo ou estamos vivendo em uma época de consumo desenfreado onde o melhor a se fazer é estabelecer limites? É tão ruim assim comunicar às pessoas mais próximas quais são os presentes realmente desejados pelas crianças e pela família? Fora aqueles presentes totalmente indesejáveis.
Tenho algumas amigas que pensam sobre o assunto e estão criando suas próprias alternativas. A Camila já escreveu aqui sobre sua rotina às vésperas do aniversário da Victoria. Umas semanas antes do dia da festa, ela faz uma seleção dos brinquedos com a pequena para doação, abrindo espaço para os novos. Uma amiga querida pede aos convidados que não levem presentes no aniversário dos seus dois filhos. Se alguém quiser dar alguma, ela sugere doações para uma ONG que cuida de crianças com câncer. Outra amiga, guarda os presentes que a filha ganha no dia do aniversário e vai dando ao longo do ano, ao invés de entregar todos de uma vez. Uma conhecida pede que os convidados levem apenas livros infantis.
Sei que presentear é um gesto de amor, muita gente não abre mão disso, mas os tempos são outros e não custa refletir a respeito, certo?
Pense nas festas de aniversário com os coleguinhas da escola? Do lado do convidado, aquela correria para comprar um presente de última hora, a busca por alguma coisa que caiba no orçamento, muitas vezes o presente vira praticamente uma obrigação, quase sem valor afetivo. Do lado do aniversariante, os embrulhos que só são abertos depois da festa, muitas vezes sem que a criança ligue à pessoa ao presente, e aquele monte de brinquedos que a criança brinca apenas uma vez e depois esquece. Enquanto isso, quantas crianças sem brinquedo nenhum?
Hoje em dia, é comum nos casamentos os noivos abrirem mão de presentes para casa e pedirem contribuição para a lua de mel, por exemplo. Já imaginou os pais fazerem o mesmo no aniversário das crianças? Dinheiro para um fundo para educação, por exemplo? Enfim, estamos fazendo uma reflexão. Por enquanto, temos mais perguntas do que respostas…
E vocês, cogitariam abrir mão de receber presentes no aniversário dos filhos? Se sentiriam confortáveis em fazer uma lista com o que seria útil? O que pensam sobre o assunto? Vamos conversar abertamente?
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