O Brasil é campeão mundial em número de cesáreas – 57% das mulheres utilizam esse procedimento. E essa liderança não é motivo para comemoração. A Organização Mundial da Saúde recomenda que a taxa fique em torno de 10 a 15%. Apesar de salvar vidas e ser um procedimento extremamente importante quando necessário, as cesarianas são constantemente realizadas sem necessidade. Colocando mulheres e seus bebê em risco de problemas de saúde a curto e longo prazo.
Apesar de não encabeçar o ranking, o crescimento do número de cesáreas tem preocupado também o Canadá. A taxa de cesarianas no país passou de 19% em 1997 para 27% em 2013. Não são as cesarianas necessárias que estão preocupando os profissionais da saúde canadense. Mas sim aquelas desnecessárias, feitas rotineiramente em pacientes com gravidez sem risco.
Entre as razões para o crescimento, estão partos de mulheres mais velhas e com sobrepeso, bebês maiores e o aumento da ocorrência de gêmeos, em parte devido ao aumento das fertilizações in vitro, apesar desses cenários não serem necessariamente indicativos para cesariana. Os médicos mais novos têm indicado cesarianas para gestações de gêmeos como padrão.
Porém, uma das grandes razões para a taxa ter aumentado é a tendência dos médicos a preferirem fazer uma cesariana na segunda gestação caso a mulher tenha tido um parto anterior da mesma forma . Apesar de estudos indicarem que 75% dos partos vaginais pós cesariana (VBAC) serem bem sucedidos, 83% das mulheres tem indicação de outra cesárea. Em uma tentativa de conter o aumento, muitos hospitais têm educados seus profissionais para que conversem e encorajem seus pacientes sobre essa possibilidade.
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