Minha mãe comentou comigo há algumas semanas atrás que a organização do lar reflete, e muito, o nosso estado de espírito. Alguns dias depois uma amiga postou um texto ótimo no Facebook falando do caos que a casa dela havia se transformado depois do nascimento dos filhos. Uma noite cheguei em casa, pisei num brinquedo e cortei o dedo. Na mesma noite eu tropecei no meu sapato e quase dei de cara na parede. E por fim a Victoria escorregou em um body esquecido num canto no quarto.
Achei que nada disso era coincidência e que estava na hora de prestar atenção em como estávamos sobrevivendo em meio ao caos.
A verdade é que nem eu e nem marido somos pessoas particularmente arrumadas. Eu vivo num estado perpétuo de fazer a bagunça e depois arrumá-la freneticamente (e aos berros). Marido não consegue dobrar uma camiseta nem que sua vida dependa disso. E vai deixando um rastro de meias, copos sujos e bermudas pela casa. Mas a gente sempre foi limpo. Não me leve a mal. Não é que a casa seja suja. Ela só é bagunçada.
Indo mais além, recordo que desde que eu voltei a morar no Rio em 2009 que a casa não chegou a desenvolver o potencial de sua personalidade. A gente se mudou de uma casa para um apartamento meio de supetão, do jeito que ele estava. E aí que meses depois, o marido foi passar uma temporada de quase um ano em Nova York. Ou seja: não fizemos nada no nosso lar, porque a sobra de dinheiro era para a ponte-aérea GIG-JFK. E quando marido finalmente voltou eu engravidei naquela semana (saudade faz isso) e a sobra de dinheiro foi para arrumar o quartinho da Vicky, fazer o enxoval e minimamente nos adaptarmos a chegada dela. Some-se a isso a chegada de um bebê, um excesso ridículo de trabalho, burrice gestacional e uma dispersão eterna. Resultado: estamos sobrevivendo (mal) em meio a um caos.
Com a casa se rebelando contra seus moradores, minha mãe me dando um toque, minha irmã ameaçando uma intervenção e eu me sentindo, finalmente, desconfortável com a situação toda, resolvemos olhar para o lar e pensar cada cômodo. O apê é alugado e estamos nele temporariamente até o nosso ficar pronto. Então é mais uma maquiagem do que propriamente um obrão.
Aí eu penso em toda a movimentação emocional que estamos vivendo em casa e todas as necessidades que passamos a verbalizar enquanto casal, profissionais, pessoas e pais. E sou obrigada a concordar com a minha mãe quando ela diz que um lar bagunçado reflete sim a nossa confusão emocional. E chegou a hora de arrumar tudo. A cabeça, a vida e o lar.
Na próxima semana vou avaliar cômodo a cômodo e quero postar aqui soluções práticas para a arrumação de um lar com crianças pequenas. Como arrumar os brinquedos, as roupas, como esconder imperfeições e como resolver a questão do acúmulo (muitas vezes desnecessários) de tralhas ao longo da vida. O tempo com as crianças ficou mais curto, um apartamento alugado é mais complexo de organizar. Vocês querem me ajudar nessa? Eu realmente não tenho vontade, ou verba, para contratar uma personal organizer. E gostaria de ser eu mesma a fazer essa movimentação rumo a uma vida sem poeira embaixo do tapete.
Imagem: LauraRodrigues
10 Comentários
Meu marido é extremamente organizado e eu tb não gosto de bagunça, mas às vezes a gente não dá conta né? O que fazemos é todo final de ano fazer uma faxina GERAL na casa, abrir, limpar e reorganizar cada armário de cada cômodo. Isso sempre gera sacos de roupas que não usamos mais, tranqueiras que fomos guardando e tal, é uma faxina na alma. Boa sorte e fico ansiosa esperando pelas dicas.
Abraços
como isso eh trabalho de dias, estou esperando entrar de ferias para fazer essa sessão desapego. vai emagrecer a alma!
Oi Camila.
Em 1o ligar preciso dizer q ja me identifiquei com vários posts seus, principalmente o da baba/ empregada. Um dilema!
Mas enfim, acho Tb q nossa casa reflete ou no mínimo interfere no nosso estado de espirito. De vez em qdo temos q encarar aqueles buracos negros que acabam trazendo a tona varias sensações e situações q tínhamos guardado ou esquecido ali junto. Faz mó bem!
Como dica, curto MUITO um programa no GNT chamado Santa Ajuda. No site tem o link pra vários episódios com soluções bem praticas!
Boa sorte e bom momento pra vcs 😉
Rachel, em primeiríssimo lugar, obrigada pela preferencia 😀 Bom saber que tem alguém do outro lado do computador gostando dos nossos posts.
Vou procurar no site do GNT, fiquei curiosa. Beijo
Aí Camila, adorei! Tb estou na mesma situação: casa alugada, esperando ap ficar pronto. Entendo perfeitamente qd diz que é difícil organizar tudo qd a casa não é de fato a sua, principalmente qd se tem filhos e qd o ap esta pra sair em breve. Da preguiça de arrumar agora o q vc vai ter que organizar daqui a pouco. Outro dia escrevi no meu blog sobre a bagunça da minha sala, ainda tem coisa pra fazer mas já deu uma aliviada. Nesse feriado vou para o quarto da bagunça…haja coragem. Rs Beijo e boa sorte!
o quarto da bagunça vai ser uma das primeiras coisas a serem atacadas aqui em casa. Um misto de desanimo e excitação. E preguiça. Vamos em frente. Beijo.
Ameeeiii ! Nao vejo a hora da próxima postagem.
Minha situação e idêntica a esta. Quero idéias que
Talvez me ajude . Grande beijo
Cam, eu fiz o curso de personal organizer para tentar aplicar a teoria lá em casa. Funcionou no primeiro mês. Era lindo ver nossas gavetas de meias… Mas fato é que a vida não é tão arrumadinha assim… Adorei o post e vou esperar atenta pelos próximos! : *
Por mais dificil q seja, jogue fora o q não usa, doe aquilo q é útil, faça uma ‘malinha’ de lembranças suas e do seu marido para sua filhota ver no futuro.
Eu sei, ape alugado, arrumar agora, bagunCar de novo quando mudar para o seu…
Será bem mais fácil mudar depois com as coisas já organizadas e selecionadas… Você vai chegar na casa nova somente com o q realmente usa e é importante!
Se deixar para arrumar depois, corre o risco de usar umas 10 caixas a mais na mudança (isso é volume para mudar o tamanho do caminhão!) e ao abrir as caixas ver coisas q na verdade nemdeceriam mais estar por perto… Acaba sendo trabalho triplicado.
Abra espaço para o novo, para a vida ser vivida! Descomplique e desapegue! boa sorte!