Aprendendo a gerenciar o tempo

Minha vida de mãe é uma correria sem fim, uma maratona onde estou sempre chegando em último lugar. Durante o percurso, vejo na arquibancadas amigas que não encontro, tias que não ligo e médicos que eu não marco.  Na minha frente, em disparada, vai um coelho branco com tênis de corrida dizendo é tarde, é tarde, é tarde. É sempre tarde e eu estou cansada.

Aprender a gerenciar o tempo é questão de sobrevivência nos dias de hoje e virou prioridade para mim. Chega de adiar para amanhã uma casa mais organizada e o jantar na mesa todas as noites. Chega de deixar para a próxima semana uma vida melhor e mais equilibrada.

Minha cabeça nunca está comigo. Passo o dia no trabalho pensando em tudo o que não fiz em casa e quando chego em casa, paro de cinco em cinco minutos para fazer coisas que esqueci ao longo do dia no escritório.

Não quero mais viver assim. A partir de agora, decidi que cada coisa terá o seu tempo; mesmo que seja um tempo menor, será um tempo exclusivo. Se eu precisar trabalhar mais em determinado dia, ou fico no escritório até tarde, ou paro, vou para casa e continuo depois que meu filho dormir. Não dá certo fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Eu já testei mil vezes. Não aguento mais responder emails de trabalho enquanto brinco de beyblade. O meu tempo com o meu filho poderá até perder alguns minutos, mas cada um desses minutos irão pertencer somente a ele. Melhor do que ficar cinco horas juntos, mas com a cabeça em outro lugar.

Decidi também que vou começar a estabelecer metas mais possíveis, para não chegar ao fim do dia frustrada por tudo aquilo que eu não fiz. Ao invés de prometer me exercitar seis dias por semana, vou estipular uma frequência menor, mais condizente com a minha realidade de mãe que trabalha muito. Três vezes por semana, porque no final das contas é quantas vezes eu consigo ir mesmo e está ótimo. Olha a maluquice, ao invés de achar bom estar me exercitando regularmente, só consigo me lamentar pelos dias que eu não fui. E se eu conseguir correr um dia a mais, maravilha, estou no lucro.  Mas também aprendi que exercício é uma coisa que eu não posso abrir mão, por mais que a semana seja corrida, porque eu perco o pique e minha produtividade cai pela metade.

Não estou propondo nenhuma mudança radical, apenas ajustar as expectativas e aprender a reconhecer os nossos limites. Abaixo o padrão Mulher Maravilha, isso é só pra quem tem jatinho invisível e nenhum filho no banco de trás.

 

Crédito da imagem:  Dazt

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4 Comentários

  1. Andrea Caputi
    18 de Março de 2013 at 16:06 — Responder

    Mariana, meu filho hoje está com 11 anos e quando ele nasceu eu estava no auge de minha carreira profissional. Fiquei exatamente assim, quando estava no trabalho, lembrava no tempo que não estava com ele e quando estava com ele, lembrava tudo que precisaria fazer no trabalho. A verdade é mulher maravilha só na TV e nos quadrinhos, precisamos sim fazer escolhas e uma coisa posso dizer por minha experiência de 11 anos, o tempo do seu filho não voltará nunca mais, e esta pode ser sua única chance de curtir junto com ele cada fase e cada momento. Profissionalmente podemos sempre recomeçar. Acabei abrindo mão da minha carreira profissional, como executiva, para aproveitar melhor meu tempo, de acordo com minhas necessidades e não me arrependo. Consigo cuidar dos meus pacientes e principalmente do meu filho.

    • Mariana
      18 de Março de 2013 at 16:13 — Responder

      Que bom ler isso, Andrea, você não tem ideia. Obrigada por compartilhar. Beijo

  2. Roberta Cabral
    18 de Março de 2013 at 21:48 — Responder

    Meu filho mais velho tem 17 anos, a 1a. reuniao de pais que fui ele tinha 11 anos. Minha carreira consumiu momentos que nunca nada fara voltar ou ter valido a pena. Apesar de tudo ele é maravilhoso e temos uma relação maravilhosa. Hoje tenho o Joao com 9 meses e minha relação com trabalho e outra. Se ele esta doente fico em casa, se precisa ir a escola chego tarde no trabalho, saio as 18h e nada é mais importante do que brincar com ele ate as 20h, quando ele geralmente dorme. Amiga é isso ai, mulher maravilha so no filme, que nem mostra como ela acorda, provavelmente tao descabelada quanto nos…rsrsr. Mas precisamos nos cobrar menos, meu sonho era malhar 3x por semana…

  3. 20 de Março de 2013 at 12:43 — Responder

    Eu estou exatamente como você. Sophia está com 2 anos, trabalho mais de 10hs por dia, não tenho mais empregada (porque desisti de tentar ter uma comprometida) e estou me virando em 1000. Alguns dias tenho me sentido exausta, outros melhores, mas a primeira coisa que aprendi com isso tudo, foi me COBRAR menos. Academia 3x na semana e se não consigo porque a Sophia ficou doente ou precisou de mim, paciência, não sou top model! Se marido tá precisando de ajuda em algo eu paro e ajudo, pq ele é mais importante que tentar ser mulher nota 1000. Entenda não estou relaxada, nem descabelada, nem jogada, apenas estou me dando a liberdade de errar e aprender. Espero num futuro próximo ter mais um filho e me dedicar a eles, pois como disse a Andrea carreira retomamos a qualquer momento. bjs e Espero que dê tudo certo.

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