Nem creche, nem babá, mas uma cooperativa de mães

A Camila escreveu um texto muito interessante aqui no Mundo Ovo chamado Você não precisa criar seu filho sozinha – se você ainda não leu, recomendo. Nele, ela fala sobre a divisão dos cuidados da criança, não só entre os pais, mas entre a família e a comunidade. Ao final do texto, ela discorre um pouco sobre o assunto cooperativas de mães – ou creche parental ou cuidado coletivo – pessoas com os mesmos ideais que estão se unindo informalmente para dividirem os cuidados com as crianças.

“Nos Estados Unidos é comum grupos de mães – amigas ou não – que se ajudam no dia-a-dia: oferecem a casa para que as crianças brinquem juntas, organizam caronas, fazem revezamento de babysitting e, para os que ainda não frequentam a escola, contratam profissionais especializados em psicomotricidade ou estímulo aos pequeninos por algumas horas ao dia. Elas já entenderam que sozinha não se chega a lugar algum e que um grupo unido e coeso é mais forte.

‘Na França é mais comum o conceito de “creche parental”, onde ele é completamente administrado pelos pais e profissionais especializados contratados e abriga cerca de 20 crianças, com o objetivo de ser um espaço acolhedor e ao mesmo tempo uma alternativa às creches tradicionais. (…)  Já existe no Brasil cooperativas de mães e grupos de cuidados coletivos. O movimento é muito interessante e traz esse senso de acolhimento que mães de crianças pequenas, sobretudo bebês, mais sentem falta.”

As motivações para buscar o cuidado coletivo de crianças variam, mas em comum existe a insatisfação com as opções disponíveis: altos preços, falta de vaga, não afinidade com o tipo de educação ofertada ou mesmo o desejo dos pais acompanharem de perto e mais ativamente o crescimento das crianças.

Geralmente a busca por alternativas nos cuidados com as crianças surge quando o fim da licença maternidade se aproxima, a pesquisa por creches ou cuidadores profissionais começa e as opções disponíveis são insatisfatórias (ou até inexistentes). É uma decisão difícil que as mães precisam enfrentar muito cedo. Para falar a verdade, na maioria das vezes não chega a ser uma escolha, mas uma imposição pela falta de opções que a maioria das mulheres dispõe, seja por falta de flexibilidade nos horários de trabalho, ausência de ofertas de empregos em meio período, limitações financeiras etc. E por que não buscar alternativas mais afinadas com os valores da família?, elas têm se perguntado.

Para começar a se familiarizar com o assunto e as iniciativas no Brasil, recomendo a leitura desses três posts do blog Maezíssima:

 

  1. Cooperativa de mães. Uma proposta que está dando certo – onde conhecemos uma experiência real que surgiu da necessidade e desejo de cinco mães de Curitiba.
  2. Cooperativas de mães. Uma ideia, muitas iniciativas – Onde são introduzidas outras iniciativas e apresentado o grupo no Facebook LINK:
  3. Como começar uma cooperativa de mães

Você pode ler mais histórias e iniciativas também aqui ou ouvir mais sobre o assunto aqui.

 

Uma mudança na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional torna obrigatória, desde 2013, que as crianças estejam matriculadas em uma instituição de ensino a partir dos 4 anos de idade. Por isso, não causa surpresa ler esse mês no blog Maternar, da Folha, sobre iniciativas de escolas fundadas por pais.

Formada em 2009 em Ubatuba, a Escola Waldorf Jardim Primavera é mantida por uma associação de mães e pais e amigos. Com as crianças crescendo, a escola precisou crescer junto com elas e lançou um projeto no site de crowdfunding Benfeitoria para arrecadar dinheiro para ampliar a escola e oferecer o Ensino Fundamental. A proposta agradou os colaboradores e já alcançou 100% de sua meta 15 dias antes do término – mas ainda é possível colaborar.

A outra escola citada na matéria, A árvore jardim Waldorf & Escola de pais fica no Rio de Janeiro e também está pedindo apoio para continuar suas atividades. Você pode conhecer um pouco mais do trabalho deles no vídeo abaixo:

 

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Vocês participam ou conhecem de alguma iniciativa de cuidado coletivo? O que acham do assunto? Adoraríamos ouvir a sua experiência ou opinião nos nossos comentários.

 

* Crédito de imagem: glow mama

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