Industrializado caseiro: o que fazemos para a criança comer

Um viva para as avós, mães de antigamente, que eram tão disponíveis para a cozinha, tão “do lar”.  Os programas de culinária daquela época eram recheados de vovozinhas, palmirinhas, ofélias e donas bentas e isso era bem menos coincidência e bem mais estratégia de marketing.

Como eu era pequena, não tenho muitas lembranças se nós, as crianças, tínhamos tanto problema assim para comer. Hoje, seja no salão ou no escritório, tem sempre uma mãe reclamando “meu filho não come bem”. Mesmo com todo o fast food disponível, quero crer que os pais estāo mais conscientes e fazendo menos propaganda desses alimentos tão pouco saudáveis.

A minha mãe tentava enganar a mim e minhas irmās comprando flan de leite industrializado e, na tentativa de nos oferecer algo mais saudável, guardava os potinhos vazios e enchia com refil de flan caseiro. Era assim também com a gelatina que na época era vendida pronta no supermercado. Acredito que ela queria não só economizar, afinal abastecer três lancheiras diariamente saia caro, mas também queria oferecer mais saúde, amor e carinho. Infelizmente, normalmente sabíamos quando era flan fake e não tinha jeito de fazer a gente comer.

Como o meu filho ainda não se jogou nessa aventura chamada fast food, posso dizer que o que tento reproduzir aqui em casa às vezes não fica tão bom. Imitar o iogurte que vale por um bifinho e deliciosamente cremoso resulta em um iogurte molengo notavelmente batido com morangos.

Preferi não me frustar tentando reproduzir os favoritos das crianças e sim aperfeiçoar o que é realmente possível de ser feito em casa e sem muito trabalho, como biscoitos, pão de queijo, hambúrguer e empanados de frango assados.

Estamos bem assim. Por enquanto ele demonstra pouca curiosidade, talvez pela mínima exposição à tentação. Acredito que moderação é sempre um bom critério. Quem sabe, com todos os movimentos existentes, um dia, fast food deixará de ser sinônimo de comida ruim.