Lembram quando eu falei que uma das primeiras coisas que pensei foi “será que meu filho vai gostar de mim?”. Pois é, realmente rolou isso, desde a cultivada barriga, com direito a temida e cruel pergunta “serei uma boa mãe?”. Algumas pessoas dizem que isso tudo aparece por conta dos nossos hormônios, mas creio que eu já era insegura, já tinha medo de falhar e os hormônios, só despertaram as ferinhas.
É muita coisa para administrar e reorganizar na lista de prioridades: filho, marido, trabalho e casa. A gente vai ficando lá no final da lista e se tiver que entrar algo mais, lá vai você descendo na escala de prioridades.
Será que vou dar conta de tudo? Quando vou conseguir organizar os meus dias? Vou conseguir organizar os meus dias?
Sempre quis ser mãe. Amo crianças, curti muito todas as fases dos meus sobrinhos, brincava com os filhos dos amigos, recebia sorrisos e simpatia de crianças desconhecidas. Sempre tive uma relação muito especial com crianças, tanto que me imaginava com vários filhos. Agora, às voltas com um só, me pergunto, se eu daria conta de mais um.
Acho que é a idade. Ser mãe aos quarenta pode ter gerado esse efeito colateral de pensar mais, medir mais…
Comecei a duvidar de mim mesma, da minha capacidade de gerenciar a vida de um pequeno e, também a minha vida, com tudo o que ela me dá e ainda os extras. O mais engraçado é que estas dúvidas desaparecem quando estou com o meu filho nos braços, parece que é um toque mágico e por aquele tempo, eu me esqueço das minhas fraquezas e me torno fortaleza por ele e para ele.
Neste percurso, existem muitas perguntas que vão ficar sem respostas e vão existir respostas que não serão as corretas para outras tantas perguntas.
Hoje, quase dois anos depois, vejo que me preocupei tanto em ter uma casa pronta para recebê-lo: quarto, banheiro, cozinha e acessórios. Tudo o que era material eu tinha. Somente depois que ele nasceu foi que eu percebi que pelo menos 80% de tudo aquilo era dispensável, pois tudo o que ele precisava era eu, a mãe.
Crédito de imagem: Azimage
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