Já estávamos ensaiando o adeus à chupeta há algum tempo. Já havíamos passado do uso contínuo para o uso apenas na hora de dormir ou por motivo de força maior – como: estar doente, no meio de um engarrafamento ou simplesmente quando a gente precisava de um pouco de calma. O próximo passo foi restringir o uso da chupeta apenas quando ele estivesse em casa, afinal, a pobrezinha não teve seu visto renovado para circular livremente nas ruas depois que meu filho completou dois ano e meio.
O coração amoleceu porque estávamos mudando ele de escola e teve também uma cirurgia no meio do caminho, o que garantiu a da chupeta na clandestinidade por mais um tempo.
Eu sabia que essa relação não poderia durar, já havia percebido que meu pequeno estava com a mordida aberta e a quantidade de baba produzida era imensa. A certeza de que deveria me livrar da companheira de longos períodos se deu na consulta de rotina, quando o Adam completou três anos e o pediatra decretou o fim da chupeta, recomendando em seguida uma visita a um odontopediatra (já marcada). Voltei para casa determinada a achar uma solução menos brusca do que simplesmente dizer que não podia mais e tchau. Reli o post que escrevi há tempos sobre as diversas abordagens para incentivar o seu filho a dar Bye, Bye para a chupeta e compartilho com vocês o passo-a-passo da alternativa que escolhi e achei que seria mais adequada para o nosso momento .
Filho, você cresceu!
A preparação
Fui diminuindo consideravelmente o número de chupetas disponíveis, de cinco sobraram apenas duas. Em um prazo de 15 dias ele decretou que três chupetas estavam estragadas (fiz furos ou pequenos rasgos). Desse modo, ele pôde perceber que elas têm fim, acabam – seja porque ele mordeu ou rasgou, ou porque não se consegue mais limpá-las …
O dia D
Troquei as duas chupetas restantes por chupetas da mesma marca, mas de tamanho 0-6 meses .
A reação
A primeira reação foi de estranhamento logo na soneca da tarde. Adoraria ter filmado, porque a cara que ele fez foi hilária. Pegou uma chupeta, chupou, tirou da boca algumas vezes antes de decretar que estava estragada. Uma nova tentativa com a outra chupeta, e apesar de estar com o coração partido com o chororô que se seguiu, continuei com o teatro.
Nota: avise sobre o seu plano aos mais próximos, pai, babá, avós e qualquer pessoa que seja do convívio.
O teatro
O chororô foi a minha deixa: “Filho! Você cresceu muito! A chupeta não cabe mais em você.”
Mais um resmungo e um chorinho. Nova exclamação de felicidade de minha parte: “Olha só o tamanho da chupeta na sua boca.” (já no banheiro e na frente do espelho). “Lembra na semana passada quando você pediu para a mamãe tirar o sapato que estava machucando o seu pé? O seu pé cresceu e o sapato ficou pequeno e agora aconteceu o mesmo com a chupeta.”
Ele: “Mas eu quero a minha chupeta da escola.”
Eu: “Filho, a chupeta da escola é do mesmo tamanho que essas, foi você quem cresceu é já está um rapazinho.”
O que ajudou nesse momento:
- Peguei a fita métrica e fiz uma nova marcação da altura dele na porta para que ele pudesse ver o quanto cresceu. (Fiz uma marcação falsa para dar uma certa veracidade ao espetáculo do crescimento)
- Reforçamos que os brinquedos dele, carros e aviões, não são de bebê, mas de menino grande.
- Baixamos o nível da piscina de casa para que pudesse “dar pé”.
Obs.: Ele não tirou a soneca da tarde, mas fizemos diversas brincadeiras e ele esqueceu da chupeta.
A primeira noite
Eu posso dizer que fiquei positivamente surpresa com a reação dele. Nesse primeiro dia, pediu a chupeta apenas uma vez. A noite foi terrível, de grande inquietação. A boca seca fazia com que ele bebesse mais água e fralda acabou vazando. Apesar de cansado, acordou de bom humor e o dia seguiu sem maiores transtornos.
O desfecho
A cada dia a imagem da chupeta ficava mais distante. Mesmo assim, ele ainda a pediu algumas vezes e teve o sono prejudicado por noites mal dormidas. No terceiro dia, já estava tudo tranquilo. Nenhum pedido de chupeta e uma noite de sono mais longa e com menos despertares.
Fico feliz de ter conseguido seguir adiante, apesar de terem achado que era muito sofrido para ele tirar a chupeta de uma só vez. A verdade é que se eu pudesse amenizar esse sofrimento, teria feito, mas ao meu ver, e no momento em que estávamos, teve que ser assim, ou tira de uma vez ou vamos só enxugar gelo.
Crédito de imagem: Andrew Stawarz
11 Comentários
Oi Patricia!! Adorei seu texto. Acho que esses pequenos avanços da infância são mais sofridos para nós do que para as crianças. A minha filha está hoje com 3 anos e 9 meses, e desde o Natal, ou seja, há quase 1 mês não usa mais chupeta, definitivamente. Confesso que tive medo, e adiei essa retirada. Meses antes de completar 3 anos tirei a chupeta durante o dia. Chupeta somente para dormir, e como ela não tira mais sonecas a tarde desde 1 ano e meio, a chupeta era somente a noite, na hora de dormir. Ela começou a morder a chupeta e eu não vencia commprar. Foi quando dei uma nova a ela e disse que era a ultima! Ela mordeu e a chupeta ficou horrorosa, com um rombo preocupante. As noites começaram a ficar compridas, porque ela não dormia direito, sentia falta da chupeta gostosa. Foi quando a Fada do Dente entrou em ação. Disse a ela que iria conversar com a Fada pra ver se ela poderia dar uma nova a ela. E no dia seguinte, quando ela acordou uma nova chupeta estava lá! Mas a Fada havia recomendado que ela não poderia morder e nem usa-la durante o dia… somente para dormir. E que se ela estragasse a chupeta não teria outra (eu sempre trocava a chupeta por uma identica durante a noite) E ai foi tranquilo! Em meados de outubro comecei a dizer que ela já era uma moça e que deveriamos dar a chupeta dela para o Papai Noel, e ele levaria pra um bebê que não tinha, e em troca ela pediria um brinquedo. Fui reforçando isso até o Natal. Levamos cartinha ao Papai Noel do shopping que foi um fofo. Leu a carta e ainda reforçou a promessa! E na noite de Natal ela levou a chupeta para debaixo da árvore, deu um beijo nela e nunca mais pediu!! As noite foram tranquilas. Nem eu imaginei que seria tão fácil. Mas também acredito que preparar a criança antes desse passo seja imprescindível para o sucesso da operação. No fim, estamos muito felizes com mais esse progresso!!
Oi Renata,
Aqui não rolou ser o Papai Noel. Minha irmã comentou a possibilidade e ele nem queria chegar perto do Papai Noel, estava odiando o Natal. Rebolei para tirar essa ideia da cabeça dele; esperei o Natal passar e agi.
Beijocas na sua princesa já bem mais moça. 😉
Oi, apos ler sei texto, resolvi que tiraria a chupeta da Mari. Optei Por cortar o bico com uma tesoura e disse que os dentes dela rasgaram. Segui seus conselhos e sei tudo certo. Precisava Passar aqui pra the agradecer a inspiracao. Estamos ha uma semana sem chupeta :-))))
Oi Renata,
que bom que funcionou. Algumas amigas também fizeram e deu certo, sem traumas e sem neura para nós que a gente não precisa de mais nenhuma né?!
beijos
Ri muito com o item “O teatro”. Você pensou em tudo!!!
Tamara,
Tive que pensar, afinal, aos 3 as crianças estão muito mais espertas e percebem quando damos pontos sem nó. O melhor foi ter funcionado e ter sido muito mais fácil do que eu imaginava.
Beijos e obrigada
amei o site
Amei! A ideia de dar uma chupeta menor e falar que ele cresceu foi genial!!!!!
Shirley, quando a Paty falou comigo que tinha feito isso com o Adam achei genial, mas pergunta se deu certo com a Victoria? A danadinha gosta de todo tipo de chupeta, até a de recém-nascido. Resultado: eu de cara no chão e ela com mais chupeta no pote. Estou aqui elaborando uma tática de guerrilha.
Camila,
Você ainda pode tentar outras diversas. Tem o balde de chupetas da Tia do Joca, furar a chupeta para dificultar a sucção…
E a gente tem que se virar nos 30