Você sabe o que é “crechite”?

“Crechite” do original “Daycaritis” é um texto escrito pela Dra. Pamela Bailey e adaptado por mim.

Crianças saudáveis que frequentam creches têm 18 vezes mais chances de contraírem doenças comuns da infância, especialmente as menores de 2 anos de idade. A “crechite” é definida como episódios frequentes e recorrentes de infecções: resfriados comuns, bronquiolites, faringites, conjuntivites, gastroenterites, otites médias. Estas infecções têm um impacto social e econômico importante na sociedade e nas famílias. Estes quadros podem ser prolongados gerando grande ansiedade aos pais e idas aos serviços de emergências em busca de resolução rápida.

A creche é necessária para milhões de famílias que trabalham. 50% das mães americanas trabalham fora de casa e destas 60% têm filhos que frequentam creches. Os pais perdem de 1 a 4 semanas de trabalho ao ano para cuidar de seus filhos doentes, gerando um custo de 1,8 bilhões de dólares/ano.

 

As infecções mais comuns:

  • Infecção Viral do trato respiratório – As crianças que frequentam creches têm 50% mais chance de adquirirem infecção do trato respiratório quando comparadas às crianças que ficam em casa. É a principal infecção adquirida na creche. A maioria dessas infecções são autolimitadas mas não estão livres de complicações.

            A prevenção pode ser realizada com diminuição no número de crianças da turma, limpeza regular dos brinquedos e materiais de uso comum, práticas adequadas de higiene dos cuidadores, principalmente os que cuidam de menores de um ano. A lavagem das mãos é a forma mais importante de prevenir a disseminação de vírus respiratórios. Já nas crianças de 1 a 3 anos de idade, esta prevenção é dificultada pelo comportamento de exploração do ambiente e de grande intimidade entre eles nesta faixa etária. Além disso, estes vírus são altamente infecciosos, sobrevivem por certo período de tempo no meio ambiente e podem ser transmitidos  antes e após o tempo em que a criança está apresentando sintomas. 

  

  •  Infecções gastrointestinais – A diarréia infecciosa é a segunda infecção mais comum adquirida na creche. O corre 3 vezes mais nestas crianças. A maioria delas ainda não possui controle esfincteriano o que contribui ainda mais para a disseminação dos germes. A transmissão ocorre por contato pessoa a pessoa ou através de comida contaminada. A lavagem das mãos é a forma mais importante de prevenção. 

 

  • Otite média aguda – A otite média é a causa mais comum de consulta médica e de uso de antibióticos em crianças. Frequentar creche representa um fator de risco para desenvolver otite média aguda, principalmente nos menores de 3 anos. Representa uma complicação comum das viroses respiratórias.

 

 O que fazer para reduzir os casos de “crechites”?

  • Vacinação: pneumococo, gripe;
  • Medidas de higiene adequadas;
  • Treinamento e informações aos funcionários das creches: Lavagem de mãos, uso permanente de álcool gel. A lavagem adequada das mãos diminui em 47% o risco de diarréia e 20% o risco de infecção viral respiratória.

 

Vantagens em se contrair “crechite”?

Estudos evidenciam que as crianças que frequentam creches têm um risco reduzido de alergia e asma baseada na hipótese de que quando ocorre uma infecção no início da vida, diminui o risco de doença alérgica. A infecção levaria a uma maturação do sistema imune.

 

Não desanime! Mesmo as crianças ficando frequentemente doentes, não existem evidências de que isto cause qualquer problema no futuro. Esqueçam da possibilidade de problemas do sistema imunológico. As infecções em sua maioria são autolimitadas e benignas. O seu número elevado é devido à convivência com tantas outras crianças da sua idade e não a distúrbios de imunidade. Após o terceiro ano da creche, a frequência de doenças nas crianças é similar aquelas que ficam em casa.

 

 Crédito de imagem: Spigoo

 

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2 Comentários

  1. Sandra
    27 de Março de 2014 at 10:05 — Responder

    Meu filho vai fazer 3 anos há 1 ano eestá na creche, e já teve e ainda ttem esses ‘ites’. É complicado mais o pai e eu precisamos trabalhar.

  2. Ana
    27 de Março de 2014 at 16:58 — Responder

    Sou professora de Educação Infantil, trabalho em turma de berçário com crianças com idade de 1 a 2 anos. Conheço bem dessas “ites”, assim como conheço a realidade dos pais dessas crianças. Sei que precisam trabalhar, mas criança doente merece respeito, isso inclui cuidados especiais, uma dietinha diferente em casos de diarreia, muitas vezes antibióticos nos casos de amigdalite e as professoras não são responsáveis por este cuidado. São muitas crianças e poucos professores. Além disso criança doente quer (e merece) colinho, carinho, ambiente tranquilo e não acredito que uma sala de Educação Infantil seja o ambiente apropriado. Além disso, vejo muitas crianças doentes frequentarem os cei’s e passarem doenças para outras crianças.
    Sei que os pais precisam trabalhar, eu preciso! A situação é delicada, muitos não tem familiares com quem deixar, outros não tem condições de pagar babá.

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