Cada pessoa tem suas características capilares, e isso vale também para os bebês. Uns nascem cabeludos, outros carequinhas, alguns no meio-termo. Depois de algumas semanas, a maioria perde muitos fios, e os cabelos que nascem na sequência normalmente são diferentes daqueles do nascimento. É aí que se revelam cachos, ondas ou lisinhos maravilhosos, bebês loirinhos, ruivos, castanhos ou de cabelos bem pretinhos.
É aí também que nasce a dúvida de muitas mães e pais: quando será a hora de cortar os cabelos do bebê pela primeira vez? Não há uma idade fixa para isso, mas uma situação. “É quando os cabelos, de alguma forma, começam a incomodar ou atrapalhar a qualidade de vida do bebê”, afirma a hair stylist Camila Oliveira, do salão GlitzMania (SP).
A cabeleireira Lisa Schwartz, que atende em domicílio em São Leopoldo (RS) e corta exclusivamente cabelos de bebês e de crianças, concorda. “Se os cabelos estiverem entrando nos olhos ou causando brotoejas na nuca, que é uma região de muito suor, por exemplo, é bom modelar uma franja e um formato geral”, diz. Isso pode ser aos 5 meses ou aos 2 anos.
O primeiro corte de cabelo do bebê, portanto, deve ter como finalidade principal o conforto. E é claro que não custa nada procurar fazer um corte bonito, com um profissional que tenha jeito e treinamento para lidar com crianças e tesouras, em um ambiente em que a criança se sinta à vontade – que pode ser a própria casa ou um salão equipado para receber os pequenos.
Segundo as cabeleireiras, é normal que alguns bebês chorem e que não parem quietos durante o corte. “Quem só lida com esse público tem a vantagem de saber como segurar a tesoura para não machucar, como se afastar na hora certa”, defende Lisa. “Somos capazes de cortar os cabelos de uma criança em movimento, porque é nossa especialidade”, garante Camila.
Para que o primeiro corte de cabelo de seu bebê seja bacana e o menos traumático possível, confira as dicas preciosas de Camila e de Lisa.
Adultos: ajam com naturalidade e calma
Por mais ansiosos ou nervosos que estejam com o primeiro corte de cabelos do bebê, os pais devem respirar fundo e passar tranquilidade nesse momento. “Os bebês são muito espertos e refletem tudo que os adultos ao seu redor estiverem sentindo. Quando os pais estão ansiosos ou tensos, os bebês sempre choram e resistem mais durante o corte”, conta Camila.
Quanto menos gente em volta, melhor
Parte desse clima tranquilo tem a ver com tratar a ocasião com naturalidade. Nada de cercar a cadeira do bebê com pais, tias, avós, amigos – todos com celulares em punho para tirar fotos. “Se tem muita gente em volta, ele entende que aquela não é uma situação natural e dificulta o trabalho”, explica Camila. Isso também se aplica se o corte é feito em casa. “Uma avó que sempre esteja por lá ajudando a mãe é ok. Mas se aparecem parentes ou amigos ‘de festa’, o bebê certamente não ficará tranquilo. Ou vai achar que algo estranho está acontecendo ou vai querer brincar, e fica difícil cortar os cabelinhos desse jeito”, argumenta Lisa.
Dê carinho e colo se o bebê demonstrar que precisa
Mesmo com todo esse preparo, muitas vezes o bebê precisa de um tempo extra para ficar à vontade. “Alguns vêm com traumas de cabeleireiros anteriores que não tiveram tato com eles. Choram só de ver a tesoura”, relata Camila. Se a tensão apertar, vale parar o trabalho, pegar o bebê no colo, conversar um pouco e então retomar. “Às vezes, se for o caso, a gente pede para a mãe ou o pai ficar segurando a mãozinha do bebê. Isso ajuda bastante”, diz a hair stylist.
Se a situação estiver caótica, continue o corte em outro dia
Pois é, mas tem vezes em que não há jeito MESMO: o bebê não fica em paz. Daí é melhor suspender o trabalho do dia. “Quando noto que está ficando perigoso para a criança, que ela está a ponto de se jogar no chão ou arrancar a tesoura da minha mão, já sugiro à mãe, com muito jeitinho, que me diga que dia posso voltar”, afirma Lisa. No salão é a mesma coisa, de acordo com Camila: “A gente percebe se não tem mais jeito naquele dia, então faz o suficiente para o corte ficar equilibrado e sugere terminar outro dia, com mais calma”.
Se for ao salão, escolha dia e horário de menos movimento
Voltando ao assunto da tranquilidade… De nada adianta mãe e pai estarem a própria imagem do zen-budismo se o salão estiver fervendo de clientela. Para o primeiro corte, escolha com o estabelecimento um dia e horário de menos movimento. Assim haverá menos risco de o bebê ficar se distraindo com outras crianças ou com medo de tantos desconhecidos.
Confie no profissional que fará o corte
Se um cabeleireiro disser que não há como fazer a modelagem capilar que você viu na internet no primeiro corte de cabelos do bebê, acredite: não dá mesmo. “Em muitos casos é preciso fazer dois ou três cortes preparatórios. São cortes que vão igualando os cabelos na frente, atrás ou nas laterais, porque alguns bebês nascem com os cabelos mais compridos à esquerda do que à direita ou com a franjinha torta”, exemplifica Camila.
Além disso…
Guarde uma mecha do primeiro corte
Desde o tempo das avós das avós de nossas avós – e mesmo um pouco antes –, guardar uma mecha do primeiro corte de cabelos do bebê é uma tradição muito bonita. Mantenha-a. No futuro, seu filho ou sua filha ficará muito feliz com a recordação. Sem contar que, sempre que você olhar para essa mecha, lembrará até do cheirinho dos cabelos do bebê.
Faça um álbum de fotos de antes e depois com os cinco primeiros cortes
Antes de fazer um corte, tire fotos de frente, costas e os dois perfis do bebê; repita as poses depois do corte. Faça isso nos cinco primeiros cortes, pelo menos. E monte um álbum para notar a evolução do penteado do seu bebê.
Crédito da imagem: Shutterstock
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