Por que ter filhos?

POR QUE TER FILHOS? UMA MÃE EXPLORA A VERDADE SOBRE A CRIAÇÃO DE FILHOS E A FELICIDADE

 

 

Quando eu li Por que ter filhos?, em 2012, fiquei absolutamente impactada pelas palavras da escritora e feminista Jessica Valenti. Ela, mãe de primeira viagem teve complicações no meio de sua gestação, o que culminou em um parto prematuro e outros problemas de saúde decorrentes dessas complicações. Mãe e filha.

Jessica se indigna com quem pinta a maternidade com aquela tinta cor de rosa que é tão irreal. Diz que ninguém a alertou das dificuldades, dos problemas que poderiam acontecer. Nós mães acabamos aprendendo na marra tudo sobre depressão pós parto, os medos, as inseguranças, a falta de habilidade. As pessoas dizem que quando engravidamos, nasce uma mãe dentro de nós e, só depois que nossos bebês nascem, a gente aprende que não é bem assim.

Ler o livro Por que ter filhos? foi tão importante pra mim que norteou muito dos textos que escrevi para o Mundo Ovo nos anos subsequentes. Sempre penso: o que uma mãe de primeira viagem como a Jessica (notem a intimidade) diria do meu post. Ela se identificaria?

Hoje em dia, com a Victoria com pés firmes na segunda infância, muitos dos dilemas de quando ela era bebê e eu uma mãe novata desapareceram. A maior parte deles não tem mais a menor importância. E eu sempre tenho medo de não demonstrar empatia o suficiente para uma série de pequenos dilemas, que eu mesma vivi, mas que hoje desapareceram como por encanto. E eu penso: o que a Jessica diria?

Somos todas mães felizes e plenas?

A verdade é que ela questiona muito a infelicidade materna. Por que reclamamos tanto, por que temos filhos se eles nos deixa tão deprimidas e ansiosas? Ela diz: “se a maternidade está fazendo as pessoas infelizes, se é impossível ter tudo nessa vida, se as pessoas não possuem estruturas econômica, social e política necessárias para endossar a maternidade, então por que ter filhos? Por que existe uma horda de pais e mães de primeira viagem que estão correndo para as “mães-tigre” e “mães francesas” atrás de conselhos sobre como criar seus filhos?”

A autora nos provoca, essa é a verdade. O livro é dividido em duas partes: mitos e verdades. Ela explora questões controversas através de uma pesquisa profunda, além da sua própria experiência catártica como mãe. Ela vai muito além dos conceitos enraizados da atualidade como a falta de sororidade entre as mães, o julgamento inconsequente, a maternidade consciente, maneiras de disciplinar e o equilíbrio complexo entre a carreira e a vida para investigar uma nuance muito mais aproximada da realidade.

 

 

Uma realidade que é cheia de ambivalências, de sentimentos como felicidade, culpa e exaustão.

Estou feliz de estar publicando, finalmente, este livro em português, pela minha pequena editora, a Memória Visual. Minha cópia está remendada, colorida e provavelmente, com marcas de lágrimas de anos absorvendo tudo o que o livro tem para oferecer.

A autora é fundadora de um dos blogs mais importantes do movimento feminista americano Feministing, em 2004. Tem sete livros publicados sobre feminismo, mas somente um, Objeto sexual, foi publicado no Brasil, muito recentemente (o livro é ótimo, inclusive). Pra quem usa o Twitter, seus posts são ácidos, combativos e controversos.

O que eu mais gosto nela, é que Jessica não doura a pílula. Ela não vai te enganar, mãe e mulher, com fofurices que mascaram problemas reais que vão, inclusive, além do nosso umbigo, para questões muito complexas da nossa sociedade contemporânea, como machismo, racismo, problemas sociais e licença maternidade inadequada.

A leitura é explosiva. Você vai ficar com o coração quentinho, mas também vai tremer na base com alguns de seus questionamentos. Como todos os bons livros, vai te fazer pensar.

O livro está no pré-venda e eu, se fosse você, corria para garantir a cópia. Até por que a Amazon só cobra depois que envia e te manda e-mail para avisar que postou. Depois me diz se gostou?

 

Compre aqui

204 páginas | R$ 41,90 | 16 x 23 cm | ISBN 978-85-89617-62-8

 

 

Imagem destacada: Picsea para Unsplash

Qual o limite do “criança sendo criança” em restaurantes?
Postagem anterior
Crianças precisam se comportar em restaurantes?
8 dicas para manter a imunidade alta (adultos e crianças)
Próxima postagem
8 dicas para manter a imunidade alta (adultos e crianças)

2 Comentários

  1. Joelma
    13 de Maio de 2019 at 12:06 — Responder

    Eu sempre quis ser mãe. Meu maior sonho de vida. Mas entendo as mulheres que não querem ter filhos. Acho que cada um tem o direito de escolha.

    • Camila
      13 de Maio de 2019 at 14:01 — Responder

      Concordo, mas o livro não fala bem desse direito de escolha. É uma coisa tão mais profunda que fala sobre rede de apoio, mitos e verdades intrincados na gente e ainda sobre a faltade políticas públicas. Vale ler.

Envie uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

*

*

This site uses Akismet to reduce spam. Learn how your comment data is processed.

Voltar
COMPARTILHAR

Por que ter filhos?