Em seu primeiro livro infantil, a Doutora em Saúde da Criança e do Adolescente, psicóloga e pesquisadora, Ana Helena Rotta Soares, acolhe crianças e pais que ficaram sem palavras diante de situações de bullying.
Quando João ficou sem palavras conta a história de João Ferreira Leão, um menino cheio de palavras. Algumas eram pequeninas e carinhosas. Outras eram compridas e inteligentes. As palavras eram tão animadas que, em certos momentos, João precisava levantar-se para deixá-las saltar de sua boca. Até que um dia, mamãe e papai começaram a se incomodar com o silêncio de João. Na escola, as palavras de João já não rodopiavam na sua cabeça alegremente. Estavam assustadas e perdidas dentro de sua barriga. As palavras de João não iluminavam mais a casa, que ficou escura, triste e vazia, igualzinha ao seu silêncio.
No livro infantil Quando João ficou sem palavras, a psicóloga Ana Helena Rotta Soares apresenta de maneira poética a história de um menino carinhoso e sua família acolhedora que sofrem com situações de bullying na escola. A estreia de Ana Helena na literatura infantil teve um impulso clínico. A inspiração veio de relatos de muitas crianças e adolescentes em seu trabalho clínico. “O livro tem a carinha e as palavrinhas de muitas crianças que conheço”.
Não vamos culpabilizar a vítima
“Atualmente existe um discurso muito ligado a estereótipos para falar sobre bullying. A ideia de que algumas características físicas, óculos ou gostar de estudar fazem da criança uma potencial vítima não só é equivocada e simplista como também culpabiliza quem sofre as agressões. Uma criança bem adaptada, sociável, inteligente pode sim ser vítima de bullying e a identificação por pais e escola é realmente difícil”.
No livro, o narrador conta através de uma linguagem lúdica a história de João, um menino comunicativo, alegre e até “popular”, que sofre com a violência de um colega de classe e, em seguida, de outros colegas. Em Quando João ficou sem palavras busco apresentar esse tipo de agressão e como uma criança se fecha em sua tristeza. Para a resolução é necessário o auxílio e orientação de adultos, pais e escola precisam envolver-se. Atividades que machucam, isolam e causam sofrimento não devem ser vistas como brincadeiras. Acredito que o livro possa ajudar o leitor a perceber a importância de colocar-se no lugar do outro. A brincadeira só acontece quando todos os envolvidos se divertem”. explica a autora.
E João voltou a usar todas as suas palavras. Nunca mais elas se perderam novamente em sua barriga. Afinal de contas, são muito preciosas para ficarem lá escondidinhas.
Sobre a autora
Ana Helena Rotta Soares nasceu em João Pessoa, em 1974. Foi criança sonhadora embalada pelas histórias de sua mãe, criadora de enredos bem-humorados para suas brincadeiras e de meus irmãos. Levando consigo as tradições nordestinas, passou a infância, a adolescência e boa parte da juventude vivendo com sua família pelas Américas para acompanhar o trabalho do pai, um valente defensor da água potável da América Latina. Psicóloga de formação e brincante por natureza, se especializou na atenção a crianças e adolescentes. Concluiu o mestrado em Human Development na University of Maryland, mesma instituição onde cursou a graduação em Psicologia. No retorno ao Brasil, após dezesseis anos de aventuras, foi amorosamente recebida pelo Instituto Fernandes Figueira/Fiocruz, onde passou treze maravilhosos anos e concluiu o Doutorado em Saúde da Criança e do Adolescente. Apaixonada pelo Rio de Janeiro, e por um carioca especificamente, se tornou mãe orgulhosa de dois tagarelas, meninos de ideias mirabolantes e protagonistas da sua mais colorida, explosiva e delicada aventura. Atualmente, Ana Helena brinca e conversa com crianças e adolescentes em seu consultório particular.
Serviço
Quando João ficou sem palavras – Memória Visual
Autora: Ana Helena Rotta Soares | Ilustrações: Paula Delecave
32 páginas | R$ 35,00
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