Lidando com os “terrible twos”

Um dia você acorda e uma pessoinha com menos de um metro de altura chega pra você sem nenhum aviso e diz: “Mamãe, feia! Não!” e te dá um tapa. Você fica sem reação por um momento, mas fala firme que não pode bater na mamãe. No mesmo dia esse mesmo anjinho tenta te bater novamente, mas você, malandra segura as mãos dele no ar e o pega no colo para entender o que está acontecendo. Ele te dá uma dentada na bochecha. Isso sem contar que a palavra predileta é NÃO (em caixa alta mesmo) e você passa a maior parte do seu dia tentando lidar com pequenos e grandes ataques de pelanca, aqui e ali, por qualquer motivo. O negocio é contrariar.

Nesta noite você vai bater um papo com o seu marido, achando que ele só pode estar apanhando na escola. Você liga pra sua mãe, meio desconsolada, tentando entender o que está fazendo de errado, só para ouvir críticas de que você não passa tempo o suficiente com o seu rebento. Algumas amigas até sugerem que você é meio frouxa e não sabe estabelecer limites. Você fica automaticamente culpada (valeu galera!).

Mas eis que você resolve falar com outras amigas com filhos da mesma idade. Checa também os seus grupos de apoio no Facebook e lê os seus sites e blogs regulares. Por fim bate um papo com a professora da creche e descobre que a pirralhada resolveu se rebelar e todo mundo se descobriu independente e cheio de vontades. Então é briga de brinquedos aqui e ali, troca de “gentilezas” acolá, tabefes e dentadas comendo solto. Tirando uns bebês mais wild-flower-paz-e-amor que não revidam, o resto mais parece lutador de MMA – diaper style.

O nome dessa fase que transforma o seu lindinho em um pequeno tirano, como já se sabe, se chama “terrible twos”. E não há muito que você possa fazer, a não ser rezar pra acabar rápido. E curtir os bons momentos. Porque ao mesmo tempo em que eles são terríveis, eles são maravilhosos. Porque estão falando mais explicadinho, são cheios de amor pra dar, cheios de piadas, argumentos e carinhos. Estão, normalmente, mais destemidos e ainda tem aquela inocência de dizer exatamente o que estão pensando: “mamãe, estou com medo”, “mamãe estou com preguiça de nanar, vou brincar mais um pouquinho”, “mamãe se eu bater no papai, ele vai ficar triste? Se a Victoria der beijo no papai, ele vai ficar feliz?” são algumas das frases prediletas da minha pequena ditadora.

Tudo bem Camila, você já falou pra caramba e fez com que eu revivesse alguns dos piores momentos lá de casa. E aí? Não vai dar nenhuma dica?

Pais e mães, estou no mesmo barco que vocês. E estou lendo muito sobre o assunto. Fiz uma compilação de dicas de especialistas e de outras famílias para lidar com as birras (ataques, chiliques etc.) e espero que funcione com vocês. Por aqui a batalha é diária.

 

O que funciona, segundo especialistas e outros pais

A batalha dos ataques e chiliques começa quando eles estão cansados, com fome ou frustrados. E é nessa hora que a rotina precisa ser a mais rigorosa possível. Não há nada pior do que sair pra almoçar com uma criança com sono, mas que não dormiu a sesta da tarde. Espere um almoço dos infernos. O ideal é não sair de casa com eles nessas condições e pronto. Mas se não tem como evitar, siga essas dicas aqui.

No caso de fome, é mais fácil. Se você estiver em casa, alimente o pequeno faminto imediatamente. Se estiver na rua, tenha sempre em mãos pequenos lanches até conseguir parar pra comer decentemente. Se você não levar nada pras crianças comerem tente comprar um lanchinho pelo caminho. E aprenda da próxima vez que é ótimo ter biscoitos, frutas e sanduíches sempre a mão.

É mais difícil lidar com as frustrações de um ser humano de dois anos. Porque o motivo é o mais amplo possível: ele não consegue calçar as meias, não consegue abrir a geladeira, não consegue escalar as estantes da sala ou não consegue encaixar o quebra-cabeça. Tanto faz: qualquer uma dessas pequenas coisas vira o maior problema do mundo e que precisa ser resolvido AGORA. Pra lidar com as frustrações eu recomendo paciência, tom de voz baixo e muita conversa. Pegar o par de meias e colocar você mesma nos pés dele, não vai rolar. Você precisa: a) verbalizar que você entende o problema. b) explicar como faz para que ele resolva este problema. c) oferecer ajuda para que ele consiga resolver o problema.

No caso do “problema” ser ele tentando aprontar alguma, você precisa: a) verbalizar que você entende que ele quer fazer uma bobeira b) explicar calmamente que você não vai deixar ele fazer essa bobeira c) explicar o motivo (pode quebrar, pode se machucar, pode se queimar etc.) d) ofereça uma chance para ele escolher outra coisa pra fazer. “Ao invés de você tentar se jogar da janela, que tal ajudar a mamãe a fazer um sanduíche” (ou arrumar a mochila da escola, preparar um banho de banheira, escolher um desenho no IPad, escolher um desenho novo para colorir, as possibilidades são infinitas).

Se ele for do tipo que sai batendo nos outros ou pior: se machuca, tente pegá-lo no colo e o abrace forte. Beije-o e passe os dedos por entre os cabelos do seu filho. Aqui em casa costuma funcionar. Depois converse um pouco sobre o que aconteceu. Porque a birra, normalmente é sinal de que ele não consegue lidar com uma emoção e precisa da sua ajuda. Conforte-o com amor. Isso não significa que você concorda com o seu comportamento.

 

O que não funciona na hora do chilique

  • Partir pra gritaria. Claro que tem dias que a gente perde o controle. Isso acontece e não se culpe (mais do que você já se culpa, claro). Mas na medida do possível tente se manter calma. Já são muitas emoções rolando e gritar só vai piorar tudo.
  • Bater. Bater não funciona nunca. Resolver violência com violência é a pior tática possível. Você acaba ensinando que bater é uma solução aceitável para resolver conflitos.
  • Chantagem. Não ofereça um pirulito se ele ficar quieto. Os motivos são óbvios.

E depois de ler muito sobre o assunto, confesso a vocês que encontrei um vídeo (em 3 partes) que explica muito bem a situação. Não ria. Você vai se encontrar aqui.

 

 

Imagem destacada: Cia de foto

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4 Comentários

  1. 11 de Março de 2013 at 14:59 — Responder

    Ótimo post! É exatamente assim. Os terribles do meu já parecem estar passando (ufa) então há luz no fim do túnel. Adorei os dinossauros! bjos

    • Camila
      11 de Março de 2013 at 15:06 — Responder

      Oi! Estamos vivendo os terrible twos antes mesmo dela completar two, então faz um tempinho. Quando vimos este episódio no Netflix (ela está viciada nessa série! Hahahah) eu e o pai ficamos rindo histericamente. (e pensando em chamar um exorcista!) Beijo

  2. Mari
    27 de julho de 2014 at 10:46 — Responder

    Adorei, Camila! Acabei de lidar com um ataque de pelanca no café da manhã. Saí viva, com algumas escoriações e completamente esgotada… Só mesmo com muita reza!

    • Camila
      4 de agosto de 2014 at 15:26 — Responder

      Mari, hahahahaha ontem tomei uma cotovelada no queixo! além dos ataques de pelanca a gente tem que lidar com uma coordenação motora deficiente. Só criando filho de armadura mesmo! Beijoca

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