A tentação do 13º

O décimo terceiro é um dinheiro que parece que cai do céu. A gente fica contando o dia em que o milagre da multiplicação vai acontecer ali, bem na nossa conta bancária. E boa parte dos problemas vai poder ser resolvida. Mas, quando ele chega, dá uma vontade de gastar tudo nas compras de Natal. Afinal, o ano foi difícil, a gente ralou tanto que, poxa, eu mereço aquela calça nova, aqueles brincos lindos, e todos os itens da Sephora! Tá, todos os itens não, mas uma boa parte deles. Sim! Tudo é necessário! Outro dia assisti uma palestra do filósofo Paulo Ferraz e ele falava da propaganda do cartão de crédito: Visa. Porque viver é agora. E a gente pensa? Nossa! Se eu não gastar eu não vou viver!

Passado esse primeiro momento de descontrole emocional – super normal, viu? – é preciso ser forte! Como tudo na vida, com um bom planejamento, os objetivos são alcançados. Não adianta fazer as contas, assim por alto. A gente sabe que não fecha. Tem que escrever tudo o que a gente tem de dívidas e somar. E aí? Sobrou alguma coisa para o presente? Se sobrou, olha como você é sortudo! Se foi pouco, saiba priorizar. Não dá pra sair comprando presente para todo mundo. Faça uma lista com os nomes de quem você quer presentear. No meu caso, o marido, o filho, os sobrinhos, os irmãos, os porteiros, a manicure, a professora, a moça e o motorista da van escolar… Nossa, acho que a minha lista está grande… Mas vamos tentar ser criativos e econômicos? O economista Gustavo Cerbasi diz, por exemplo, que o entregador do jornal pode ser presenteado com um pedaço de bolo, uma xícara de café, um pouco da sua atenção. A gente sabe que o tempo é um grande valor!

Mas e se a situação está tão dura que o dinheiro mal vai dar para pagar as dívidas? Significa que você está fadado a passar o Natal mais triste de todos, sem nenhuma blusinha nova? Não!!! Isso sim é uma desgraça!!! O que é possível fazer, depois de um bom planejamento, é organizar o que poderá ser gasto para quitar dívidas e para comprar presentes.

Essa pessoa organizada, então, vai às compras sabendo quanto pode gastar. E escolhe presentes bacanas dentro do orçamento. Essa pessoa não acha que pode colocar tudo no cartão de crédito e depois torcer para que a fatura não chegue em casa. As dívidas que não forem pagas devem ser organizadas. É possível, por exemplo, trocar dívidas caras por outras que caibam no orçamento, como pegar um empréstimo consignado, com juros de 1,5% ao mês, para quitar a fatura do cartão de crédito, que tem juros de quase 200% no ano.

Depois de organizar as finanças pessoais, quem sabe não dá até pra fazer uma economia? Afinal, início de ano tem IPTU, IPVA, material escolar…. Sim, a vida é dura… O Natal nem chegou e eu já estou falando em novas dívidas… Bem que o dinheiro podia mesmo cair do céu.

 

Imagem: Jeff Belmonte

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