O sonho da casa própria

Uma casa linda, com quintal, plantas, flores, uma horta para cuidar junto com meu filho e meu marido… Quem nunca sonhou com a casa própria? Eu me peguei sonhando na semana passada, quando fui fazer uma matéria no Feirão da Caixa, em São Paulo. Reparei que vários casais chegavam juntos, sorrindo, abraçados, sonhando em realizar o maior de todos os sonhos! Conheci um casal, o Wetson Silva e a Marileide Bernardo, que tinham acabado de comprar um apartamento. Eles me disseram que o momento está bom para negociar, que as construtoras estão oferecendo descontos atraentes.

Mas os imóveis continuam caros. Os preços subiram muito com a renda em alta no Brasil, o desemprego baixo, a expansão do crédito imobiliário, a queda dos juros e o alongamento dos prazos de financiamento. A Caixa ainda financia a maior parte dos imóveis, cerca de 70%. Mas os bancos privados começaram a investir nesse segmento, que ainda tem muito a crescer. Segundo a Galanto consultoria, o crédito imobiliário só representa 6% do PIB no Brasil, enquanto nos nossos vizinhos, México, Peru e Colômbia, passa de 20%. No Chile chega a 50% do PIB. A economista Monica de Bolle me disse que essa é uma herança inflacionária, dos tempos que não era possível fazer investimentos de longo prazo no Brasil.

O baixo volume de crédito imobiliário é um dos argumentos usados por muitos especialistas para dizer que não existe bolha no mercado imobiliário. O economista Luis Otávio Leal, do banco ABC, me disse que o crédito para a compra de imóveis pode crescer 5 pontos percentuais do PIB sem causar problemas para a economia. Ou seja: sinto lhe informar que os preços aumentaram, podem não subir mais como estavam subindo, mas dificilmente vão cair muito. Mas, como disseram o Wetson e a Marileide, dá uma chorada que está mais fácil conseguir desconto.

Mas antes de decidir comprar um imóvel, é importante pesquisar bastante para não comprar gato por lebre. Essa é uma decisão que pode comprometer a renda por muitos e muitos anos, caso a compra não seja paga à vista. Então, se quiser aproveitar alguma oferta em feirão, vá logo no primeiro dia para dar tempo de levar as ofertas para casa, avaliar tudo com calma e depois voltar para fechar o negócio, se assim decidir.

Eu conversei com o gerente regional da Caixa, o Nédio Rosselli, quando fui no feirão de São Paulo, e ele me disse que antes de comprar um imóvel usado, é importante ir no cartório de registro de imóveis do bairro e pedir o número da matrícula do imóvel. Para isso, basta levar o endereço. Nesse documento está registrado tudo o que aconteceu com aquele imóvel, quantas vezes foi vendido, se foi dado como garantia de algum financiamento… Ali você já fica sabendo se está livre de alguma pendência.

O gerente da Caixa me disse que também é importante perguntar ao porteiro se o apartamento já foi reformado, porque as instalações podem ser velhas e uma obra pode ser cara. Também é aconselhável dar uma volta no bairo para ver se a região é boa, se tem feira na porta, se tem boate do lado, se tem vizinhos encrenqueiros…

Se for comprar imóvel novo, a caixa recomenda perguntar no cartório se tem matrícula individual, porque muitas construções fazem uma matrícula única do condomínio e isso pode dar problema depois para revender. Também é bom saber quanto vai custar o condomínio. Porque a gente pode achar lindo ter piscina, spa, ônibus, mas tem que saber se o valor do condomínio vai ser compatível com a nossa renda. Isso tudo dá o maior trabalho, é verdade, mas essa é uma decisão que exige planejamento. Agir só coma  emoção pode ser furada.

Muita gente usa o FGTS para comprar o imóvel. O dinheiro do Fundo pode ser usado para compras no valor de até R$ 500 mil. E pode ser dado como entrada. Mas só tem direito a usar o Fundo quem não é proprietário de outro imóvel e não tem nenhum outro financiamento. O dinheiro do FGTS também pode ser usado a cada dois anos para abater as prestações ou amortizar o valor total da dívida. A Caixa só aprova o crédito quando o valor das parcelas não ultrapassa 30% da renda bruta de quem está pedindo o empréstimo. Isso previne calotes futuros.

Se você também sonha com a sua casa, comece a pesquisar. Os feirões da Caixa são realizados em várias cidades brasileiras. É um bom lugar para pesquisar e comparar preços e condições de pagamento. Os juros não estão mais baixos, variam de 4,5% a 9,4% ao ano. Na média, 7%. Mas para quem vai fazer financiamento tem uma promoção nos feirões que permite pagar a primeira parcela em janeiro do ano que vem, o que dá um fôlego para pagamento de impostos e compra de móveis. Já está sonhando? Eu também…

Imagem: www.freedigitalphotos.net

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