Hoje é aniversário do meu filho ele oficialmente deixa de ser um bebê para ganhar o status de criança do alto dos seus dois anos de idade; esse é algum dos dias que penso muita na minha mãe. Penso na chegada dele e na partida dela (um ano e um dia antes). Ele nasceu, eu me tornei mãe e ela já não estava mais aqui para se tornar avó.
Não penso no que ela teria feito e em como sua ajuda seria preciosa, há tempos sua saúde andava bem abalada e ela era mais “filha” do que mãe. A maior falta que ela faz é nos planos que eu fazia para a vida dela e o relacionamento com meu filho, da oportunidade que ela teria de ser só avó, sem responsabilidades, só diversão, fazer as vontades… Meu filho não teve a sorte de ter avós. Minha sogra e minha mãe olham de onde quer que estejam por nós, assim sigo acreditando.
Tenho certeza que minha mãe não me daria moleza, iria rir das minhas inseguranças, me fazendo acreditar que era muito fácil cuidar de um bebê. Posso ouvir uma voz até um pouco ranzinza dizendo que estava acostumando mal em deixar o pequeno dormir no meu colo, mas o colo dela estaria sempre ali. A avó que meu filho teria fazia bolinhos de chuva recheados com banana que até hoje nunca comi igual, bordava toalhas e pintava panos de prato que se transformavam em enxoval do ano, com peças disputadas entre as filhas.
Se ela estivesse aqui, muitas toalhinhas e lençóis estariam guardados para os filhos do meu filho. Acredito também que ela iria rir da minha pouca flexibilidade em deixar meu filho comer besteiras, e daria escondido na primeira oportunidade que tivesse, o que seria motivo de embates e caras feias de ambos os lados.
Acho que minha mãe deve estar orgulhosa da mãe que tenho sido, mesmo não seguindo o mesmo padrão de pensamento. Os valores plantados em mim florescem e dão frutos.
Essa é a primeira vez que escrevo sobre ela de maneira mais sentida, com uma dor quase física dessa ausência. Meu filho não sofre porque nunca teve avó. Ele não sabe o que isso significa. Ninguém pode sentir falta do que nunca teve.
A Dona Benta é a figura da avó que eu adoraria ter. Como não tive, desejava que o meu filho tivesse essa sorte. Nesse ponto da prosa você deve ter chegado a mesma conclusão que eu: sobrou para mim ser uma “Dona Benta” para os meus netos. Mas deixo claro que só daqui há uns 30 anos (nota pessoal: mandar link desse post para o meu filho em 05/11/2020). Mas por enquanto, assim seguimos nossos dias, “quem não tem cão, caça com gato”.
Aceitamos candidatas para o cargo de avó interina de um menino de nome Adam, 2 anos de idade. Requisitos básicos: ter mais de 60 anos de idade, ser carinhosa, aceitar ser chamada de vovó, preferencialmente com alguns fios de cabelo branco aparentes, que saiba curar joelhos ralados e tombos de bicicleta. Que não cante “boi da cara preta”, que guarde a foto do “neto” no celular e mostre para as amigas e para as pessoas da fila do banco ou do supermercado, e que conte histórias inventadas.
Remuneração: beijos, carinhos e “upas”. E mais convites para festas escolares, presentes e cartões de dia da vovó, biscoitos mordidos e beijos molhados.
20 Comentários
Lindo post!
Parabéns pelos dois anos de seu filhote, que ainda é bebê, sim. Para você, vai ser para sempre.
Beijo grande,
Verdade, é um bebê mesmo, ao menos, o meu bebê. risos
Obrigada pelo carinho.
bjs
E de se emocionar ao ler lindo adorei……minha filha fez 02 anos ontem….parabéns ao seu filho bjs
Oi Renata,
felicidades para sua princesa.
bj gde. Obrigada pelo carinho
Me emocionei com esse post. Tenho 1 filho de 10 meses e quando minha mãe se foi eu estava grávida de 7 meses.
Cauê tem sorte, tem uma bisa maravilhosa pelo menos.
Beijos
Camila,
que nossos filhos possam sentir esse amor e nos possamos continuar a jornada para sermos avós bem fofas 🙂
bjs
Assim eu choro, Patrícia… lindas palavras.
Ai Fernanda,
já chorei tanto … faz isso não, senão eu choro mais.
bj gde
Emocionante sua história, posso te emprestar a Vo Sonia, minha mãe, a melhor avo que já habitou esse planeta. Bj e parabéns pelo Níver do Adam
Oi Nadja,
a gente aceita 🙂
Obrigada pelo carinho.
Tao, Tao, Tao liiiiiindo…
Vc eh uma Pessoa especial, com uma familia especial….
Bj Gde da Amiga de looooooonge
E muitas, muitas felicidades para o Adam!
Oi querida,
obrigada por todo esse carinho. Já falei que queria ser sua vizinha né?˜
bjs
Puxa! Muito legal esse post. Agradeco a Deus por essa relacao preciosa que meus filhos conseguem ter com as avos. Minha mae ‘e o meu chao, porto seguro e toda fonte de amor e seguranca que posso ter.
Oi Daniele,
fico muito feliz que as relações sejam seguidas com muitos amor, que sua família esteja sempre cercada desse sentimento.
Patrícia
Lindíssimo texto
Sua mãe è uma avó que está nas estrelas acompanhando Adam
Adorei o anuncio e embora ainda não tenha a faixa etària exigida ( tenho 57 ) me candidato ao cargo de avó amiga. Tenho uma certa experiéncia com meus sobrinhos netos Daniel, Laura e Gustavo que carinhosamente me chamam de ti-vovó. Tenho amor no coração, gosto pela vida, tolerância, paciéncia e até sei inventar histórias que meus filhos João e Julio gostavam muito, mas sobretudo tenho muito afeto
Oi Magda, está contratada 🙂
bjk
Oi Patricia, achei seu blog na Revista Pais e Filhos, adorei!!!!!! Vou acompanhar…..fiquei emocionada com seu texto, tenho gêmeos de 2 anos e meio, dois meninos, tenho minha mãe de 87 anos, ela é avó corujona, os meninos são loucos por ela, e tenho minha sogra tb, com 80 anos, eles tb amam….fico vendo os dois com elas e sinto uma emoção, pois me remetem àquelas avós antigas, velhinhas e queridas, acho que meus amores tem sorte, eu nunca conheci minhas avós…..Deixo um abraço e estou adorando seus posts….
Oi Patrícia, tudo bem? Comentário bem atrasado. Mas só hoje tive contato com o blog e me emocionei muito com sua historia…. Pois é… eu também passei pelo falecimento da minha mãe quando a minha filha tinha um ano e meio (hoje ela já tem 8 anos!!). E minha mãe era muito nova com 52 anos. E até hoje escuto também ela me dando conselhos ou mesmo rindo de coisas que para ela era trivial… Atualmente tenho saudades até das broncas e ela também gostava de dar chocolate escondido… hehehe. Depois da minha filha, tive ainda mais dois meninos…Acho que uma família grande ajuda (um pouco) a suprir esta ausência. Bjs !!!
Oi Daniela,
se acostumar a gente nunca se acostuma, mas vive sem… é como se ela morasse longe, bem longe e lá não tivesse nem internet, então fantasio como seria ter ela por aqui, tanto para as coisas boas quanto para ruins 🙁
Espero te “ver” sempre por aqui.
bj carinhoso para toda a sua família
obrigada !! Já “curti” a pagina do blog no facebook. Assim consigo visualizar todas as vezes que escreve !! Parabéns pelo seu trabalho !! bjs