Mãe e separada: uma nova dinâmica familiar

Separar nunca é fácil. Não importa o quão moderna e cabeça feita você seja. Separar com filhos em qualquer idade é ainda mais difícil. Se você deixou ou foi deixada, se você achou que não dava mais ou se tomou uma rasteira da vida, a verdade é que vem pela frente um período de luto gigantesco. E no meio de toda dor ainda existe um ou mais filhotes que precisam mais do que nunca da mãe. Que é você. Que está sofrendo. E também precisa de colo.

Faz alguns meses que esse post está na nossa pauta, mas eu vinha adiando. É uma dor que eu ainda vivo, é um luto que ainda não acabou. Mas também acho que enquanto o sentimento ainda está “fresco”, ele pode ser mais útil para outras mães que estejam passando pelo mesmo momento. Ou que estão considerando a separação. E isso foi o que aprendi desde que me separei e passei a viver nessa realidade alternativa.

Você tem o poder

Você é forte, autossuficiente, coordena casa, trabalho, filhos, funcionários, supermercado, depilação com cera e academia. Você sabe trocar pneu, paga todas as contas, leva criança em médico, atura a manha do filho que não quer abrir a boca no dentista e está sempre bem vestida. E de salto. E de unha feita. Então jamais se subestime. Mãe e separada: dá pra ser. Você acha que vai morrer de coração partido, mas não vai. Vai dar a volta por cima e achar outra forma de se reinventar e ser feliz. Por você. E pelos seus filhos.

Chore até não poder mais

Apesar de você ser a inspiração do William Moulton Marston quando ele criou a Mulher Maravilha, a verdade é que você está se sentindo a pior das criaturas. Afinal não é fácil ver destruída a família que você criou com tanto cuidado. Então viva o luto. Chore até cansar e depois chore mais. Veja filmes arrasa quarteirão, apele para as frases piegas, ouça música triste nas alturas e cante com elas. Mas faça tudo isso escondida das crianças. Espere todo mundo dormir, despacha o povo pra casa da avó, do pai ou até dos padrinhos. Mas existe a mãe e a mulher. E a mãe é sempre o porto seguro. Ela não pode falhar nesse momento.

Não dá pra pirar

E justamente porque a mãe é O pilar da força é que não dá pra pirar, senão você desestabiliza os seus filhos. Não dá pra voltar a ter 18 anos. Até porque essa é uma condição essencialmente masculina. E eu digo isso sem amargura. Mas é fato que, se foi você quem ficou com os filhos, não pode passar a viver uma vida hardcore de sexo, drogas e rock and roll. Isso não combina com a maternidade. Suas amigas sem filhos, casadas ou não, vão tentar te animar a viver experiências antropológicas, e em um primeiro momento isso até pode parecer a solução pros seus problemas (e você vai sim se divertir em conhecer um monte de gente nova). Mas, de verdade? Você já viveu as maluquices há uma vida atrás e voltar pra ela, com filhos em casa, vai ser muito, MUITO bizarro.

Como conciliar a vida antiga com a vida nova?

Essa foi uma das piores sensações para mim. A sensação de que eu fiquei presa com a vida velha – mesma casa, minha filha, mesmos (inúmeros) afazeres – enquanto o ex vivia essa nova vida sem responsabilidades com o passado. Afinal você era o passado. E eu me senti aprisionada e muito ressentida disso. Minha vontade era tacar fogo na casa, pegar a minha filha no colo, não olhar pra trás e me mudar pra Nova York. Só que esse desespero passa. E aos poucos fui percebendo que eu tinha era ficado com a parte boa: eu ia criar a minha filha, tinha ficado com a casa e tudo o que existia dentro dela. Os móveis, as fotos e as memórias boas. E olhando ao meu redor, eu não mudaria quase nada. A TV ia continuar no mesmo lugar e eu não ia trocar o colchão. Ao invés de tacar fogo, resolvi imprimir pequenas mudanças, ocupando as gavetas vazias e reorganizando os espaços. Para completar o girl power falta pintar um cômodo de pink. Ainda estamos analisando.

O que fazer pelos seus filhos de A a Z

Ser mãe é fazer alguns sacrifícios. É também analisar cada situação por nove ângulos diferentes e fazer o melhor pelas crianças. Apresentar um manual de comportamento aqui seria no mínimo leviano, pois cada família tem uma dinâmica, mesmo as desfeitas. E cada casal acaba de um jeito. Então, só posso falar da minha experiência e de como as coisas estão rolando aqui em casa.

  • Eu sempre esperei ela dormir ou sair de casa pra chorar. Da porta pra fora eu chorei no supermercado, com as amigas, de cara pro computador, dentro do carro e principalmente no consultório do analista. Mas na frente dela nunca.
  • Cuidando de mim. O mantra é: “se eu ficar bem, ela ficará bem”. Então minha vida tem analista, academia, massagem ayurveda, amigos, passeios ao ar livre, viagens, trabalho, projetos e algum tempo ocioso. Tem eu aberta pro novo e afastando as neuras e os medos todos os dias. E eu tô sendo salva pela minha insistência em ser feliz (depois de um período morrendo de pena de mim mesma, claro).
  • Como Victoria só tinha dois anos e meio quando nos separamos, a explicação foi simples. Papai não vai mais morar com a gente, agora moraremos nós duas. Ela perguntou algumas coisas, todas limitadas a esta nova geografia. Em algum momento ele deve ter dito que ela tinha duas casas, pois repetiu isso muitas vezes durante um tempo. Agora ela diz que onde moramos é a casa dela. E a casa do papai é a outra casa dela. Eu concordo com tudo e deixo que ela raciocine por si mesma.
  • Eu me dou bem com o ex. Perdemos a intimidade e não frequentamos mais os mesmos círculos, mas temos nossos momentos em família, que acontecem um bocadão por ela, e um bocadinho bem pequeno pela gente. A festa de aniversário foi uma só e juntou nossos amigos e nossa família. O Dia das Crianças deste primeiro ano também foi de nós três. De vez em quando a gente faz alguma refeição juntos aqui em casa. Também vamos juntos em festinhas do colégio e juntos estávamos quando ela parou na emergência com pneumonia.
  • Dias estipulados. Aqui decidimos os dias em que ele fica com ela, na casa dele. De vez em quando a gente troca por conta de trabalho, feriado ou viagem, mas a gente procura respeitar esses dias. Conta pontos o fato de que moramos perto e o trabalho de ambos tem horário mais ou menos flexível. E pontos extras, porque Fabiano é um pai amoroso e atento.
  • Frente unida contra o inimigo. Conversamos muito sobre o comportamento da Victoria, sobre como agimos em nossas casas e como ela reage a tudo. Ela, de vez em quando, tenta jogar/barganhar com o fato de que só tem um ali do lado dela, mas a gente não dá muito mole e, por temperamento, agimos muito parecido na maioria das vezes. E compartilhamos conselhos e preocupações.
  • Tudo normal. Eu ajo como se fosse normalíssima essa história de pais morando em casas diferentes e mesmo toda essa dinâmica minha e do Fabiano, que, reconheço é um pouco atípica. Mas enquanto a gente achar normal, ela também acha normal. E concordamos que ela se beneficia de um bom relacionamento entre a gente. E ponto final.

 Claro que nem tudo foi perfeito. Ela sofreu loucamente no primeiro mês quando chegava em casa e o pai não estava lá esperando por ela, como acontecia todas as noites. Ela sempre preferiu dormir com a gente, mas depois que ele saiu de casa, nunca mais saiu da minha cama e não gosta que ninguém mais durma nela, além de nós duas. Mas, oito meses depois, todo mundo sobreviveu. O desespero é uma lembrança amarga, porém distante, e estamos reconstruindo nossas vidas. E a Vicky é uma criança feliz, esperta, carinhosa, cheia de amigos e com duas famílias apaixonadas por ela. E unidas pra sempre por causa dela. 

E quanto a você? Olha… esse post poderia ser muito maior do que já é. São tantos detalhes, tantas nuances e as pessoas sentem/agem de maneiras distintas… Você não está sozinha. Mesmo quando você estiver urrando em casa de solidão, lembra que o maior clichê do mundo é também o mais verdadeiro: o tempo ameniza tudo, inclusive a dor que é viver o seu luto e dos seus filhos, que parece tão insuportável.

Depois dessa reorganização necessária e principalmente depois de você superar os seus medos é que vem a parte mais leve da coisa: você vai relaxar, conhecer novas pessoas, novos carinhas. Vai se apaixonar por homens inadequados, beijar pela primeira vez de novo, fazer mais sexo bom e amar um sujeito bacana. E você é uma mulher moderna, então vai mais ou menos tirar de letra essa coisa dos meus, dos seus e dos nossos. Pode parecer uma maluquice pensar nisso agora. Mas não tenha medo. Tampa o nariz, fecha os olhos e se joga na vida!

 

Imagem: www.freedigitalphotos.net

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24 Comentários

  1. 20 de novembro de 2013 at 11:46 — Responder

    Não é fácil para nenhum lado.. Pai, mãe ou criança…
    Se houver um diálogo entre os pais de equilibrio, maravilha. Mas infelizmente, quem mais sofre é a criança e depois a mãe… O mundo nos machuca muito as vezes e nós mais ainda se não bsucamos a paz. bjs

  2. Carol
    29 de Janeiro de 2014 at 14:26 — Responder

    estou vivendo isso (minha filha tem 2 anos e 7 meses), e pior, depois que ele saiu me descobri grávida. Não tive coragem de contar no trabalho a “bomba” da gravidez, e essa incerteza toda tá me matando.

    Me sinto muito sozinha, e esse ressentimento que você falou onde a nossa vida é a mesma e a deles mudou é o pior pra mim. Isso me magoa muito.

    Fora o medo de nunca mais ter alguém.

    Uma merda.

    • Camila
      30 de Janeiro de 2014 at 13:09 — Responder

      Carol, acho que em relação ao trabalho, minha atitude seria o “efeito band aid”: faz logo, faça rápido que dói menos. Acho que viver tantos medos e angústias ao mesmo tempo é ruim pra você, pro bebê, pra sua filha. Adiar não vai trazer nenhum benefício pra você ou pra empresa que você trabalha e tudo nessa vida é negociável. Algum sofrimento você vai ter que viver, afinal está passando por uma fase de insegurança, ressentimento e solidão. Por isso tire das suas costas outros pesos que sejam desnecessários. O que eu fiz, e que me ajudou a sair dessa, foi dar tempo para que as feridas cicatrizassem. Elas estão aqui ainda e aparecem de muitas formas. Mas o tempo curou aquela dor que faz você querer urrar pra colocar pra fora. Meu mantra era: um dia a mais = um dia a menos de tristeza. Até que um dia ela passou. Estabeleci metas e resolvi ser feliz vivendo outras coisas. Ainda que eu não esteja pronta pra encarar o mundão lá fora, eu já estou espiando pela janela, cheia de desejos renascidos. E eu aprendi que existe mais de um chinelo velho pro seu pé cansado. Pense que sua relação te deixou uma linda filha e mais um bebezinho pelo caminho. Minha maior tristeza é não ter tido a oportunidade de ter mais um filho. Você foi abençoada, juro. Considere terapia. Salvou a minha vida. É uma merda. Uma merda gigante e não importa quantas melhores amigas você tenha, só quem passou pelo seu momento vai conseguir te dar a mão do jeito que você precisa. Vai ter muita perda no meio dessa jornada. Mas você vai enxergar muita coisa que não via há séculos. Muita sorte na sua vida, Carol, muita luz na sua frente. E saiba que, mesmo sem te conhecer, choro por você, com você e estou do seu lado, mesmo que virtualmente. Beijoca

    • kleia
      9 de junho de 2017 at 17:24 — Responder

      Carol, hoje me vejo na sua mesma situação. Desespero toma conta de mim!!! Como você esta hoje?

  3. Carla
    19 de Fevereiro de 2014 at 15:59 — Responder

    Oi Camila, adorei sua forma de encarar a separação. Fui casado por 12 anos e meu marido insistiu para que fossemos uma familia de verdade deveríamos ter um filho. Daí planejamos tudo e engravidei…Meu bebê foi um presente de Deus!!! a melhor coisa que podia me acontecer. Já meu marido, por quem ainda sou muito apaixonada, para minha surpresa me abandonou quando o meu filho tinha um ano e meio.
    Hoje já se passou 8 meses e essa dor chega ser insuportável!!!
    Sou independente, tenho minha casa, carro, minha vida estabilizada. Mas viver sem o o “traste” é muito difícil; cheguei me ajoelhar e implorar para ele voltar, mas ele mandou eu seguir meu caminho e disse que não me ama mais. Como ele pode não me amar mais?!!! que amor tão pequeno é esse que ele tinha por mim que acabou rápido?!!!
    Ele sempre achou que eu pudesse largar ele de uma hora para outra devido dependência de drogas que ele tinha, eu jurei que lutaria até o fim e ficaríamos juntos para vencer a batlha que era a dependência Quimica. Da minha parte a promessa foi cumprida e nem por um segundo deixei de amá-lo mesmo passando por várias problemas durante esses anos.
    Hoje ele está completamente recuperado e agora simplismente me deixou dizendo que não me ama mais… me sinto usada e triste.
    Não me amar é o de menos, mas não amar nosso filho me dói muito!!!
    Ele diz que ama o nosso filho, mas deixou a responsabilidade da criação e o que vai ser dele quando crescer toda para mim.

    • Camila
      19 de Fevereiro de 2014 at 19:25 — Responder

      Carla, sinto muito pelo final do seu casamento, é muito difícil lidar com a dor de ser deixada. Sobretudo quando há amor, quando não é algo mútuo. Quem fica, se ferra, não há outra palavra pra isso. A minha forma de encarar a separação, na verdade, foi a única possível pra mim. Era lutar ou morrer, sabe como é? Hoje me sinto mais vitoriosa, por ter conseguido atravessar essa ponte sem me jogar dela. Maternidade/Paternidade costuma jogar uma luz muito ingrata em cima do relacionamento, do casamento, na gente, no outro. E, cada vez mais, casais com filhos pequenos se separam simplesmente porque não conseguem ir adiante, não conseguem encarar a responsabilidade e nem os problemas do relacionamento. É fato que é muito mais fácil fugir do que ficar, sobretudo quando o outro sabe que a criança, que não tem nada com isso, jamais ficará desamparada por quem ficou. Eu acho que essas histórias são mais complexas, existem muitas nuances e nunca acabam de um dia pro outro. Mas acho que você deve ter cabeça fria, procurar ajuda (quem sabe terapia? salvou a minha vida e me fez enxergar a situação por todos os ângulos existentes) e principalmente manter-se calma, afinal você tem seu filhote pra criar. Como eu digo no meu texto: não dá pra pirar. Esse papel já ficou com quem foi embora. Sou solidária, Carla, de verdade. Cada vez que eu vejo um casal amigo que se separou voltando, retoma minha esperança na humanidade. Beijoca e força.

  4. Priscilla
    9 de Março de 2014 at 13:48 — Responder

    Estou passando por uma separação e não está sendo fácil. Meu filho tem três anos e ainda não entende perfeitamente o que está acontecendo. Eu e ele estamos morando na casa da minha irmã. Está tudo sendo ainda mais complicado pq eu e meu ex não concordamos em nada. Tudo indica que a separação será litigiosa. Me sinto perdida.

    • Camila
      10 de Março de 2014 at 0:36 — Responder

      Priscilla, sinto muitíssimo por sua situação. Separar em bons termos já é um sofrimento sem fim, não consigo nem imaginar ter que sair do seu lar e estar às turras com o ex. Espero que vocês consigam chegar a um meio termo para o bem de vocês e do seu filhote. Acho que com essa idade a separação é uma coisa mais geográfica, pois eles ainda não entendem o desamor. Faça um esforço, daqueles que só a mulher-maravilha consegue achar forças. Ou procure um bom mediador para vocês. Meu conselho é cercar-se de coisas boas, do apoio da família e dos amigos, ache confiança em você para passar segurança pro seu filhote. Terapia, se possível, salva a sua vida. E força. Você vai ficar perdida um tempo. Na próxima semana completa 1 ano da minha separação. Estou bem, vendo dias felizes na minha frente, vivendo com mais alegria do que com tristeza. Mas ainda me sinto perdida, ainda me sinto incompleta. Parece que é um sentimento eterno. Mas ameniza. Estou de mãos virtuais dadas com você Priscilla. Receba minha solidariedade e minha amizade. Estou aqui pro que vc precisar. Um abraço carinhoso.

  5. Ana
    31 de Março de 2014 at 11:40 — Responder

    Eu e o pai do meu filho ainda estamos juntos e apesar dele jogar piadinhas de que esta esperando o dia q vou manda-lo emborA, não consigo definir se essa é a minha vontade. O cansaço e as dividas estão me deixando exausta! O sono cortado, banho, almoço, janta, brincar, trocar fralda, dar colo, trabalhar e ainda ser mulher estão meio q incompatíveis pra mim! Mas sempre fui medrosa em relacionamentos por vim de pais “malucos”. Mas qd eu morava sozinha e era apenas eu, não tinha tanto medo de errar terminando um relacionamento… Afinal poderia tentar de novo com prejuízo só pra mim se fosse o caso, como foram muitas vezes… Mas agora, tenho medo da exaustão esta me deixando confusa se quero ou nao meu marido… Tudo nele me irrita até pq a maior parte das coisas eu resolvo sem ele! Sempre cuidei de mim mesma e no mineiro atual me pego pensando pq homem se ele além de nao ajudar me irrita???? Mas dai penso q família envolve tolerância e olho pro meu filho e penso q ele merece ter uma família coisa q eu não tive direto pois meus pais eram casados mas só pra “mostrar” aos outros… Estou perdida, com medo, cansada, com sono, nao consigo relaxar e nem tenho mais vontade de me cuidar direito…
    Espero q o tempo passe logo, logo…

    • Camila
      31 de Março de 2014 at 12:05 — Responder

      Ana, entendo tanto o que você está passando. Mas eu acho que você precisa separar as coisas. Dívidas e exaustão não vão desaparecer da sua vida porque você vai se separar, pelo contrário. E você também precisa avaliar se essa irritação está bem direcionada. Me parece que você está infeliz com a sua vida de uma forma geral e é muito fácil descontar na pessoa que está mais próxima de você. Imagino que você e seu marido devam estar passando por uma crise, e acho que muitas e muitas conversas precisam seguir para que vocês consigam levar adiante este relacionamento ou até mesmo a decisão consciente de separar. Família envolve sim, tolerãncia, embora não a qualquer preço. Minha primeira sugestão seria férias a dois, se vc tiver com quem deixar seu pequeno. Para que vocês possam dormir bastante, se olhar, se reconectar. Se seu filhote é pequeno, esse com certeza é um fator extenuante e todos esses sentimentos que você menciona são comuns a todas as famílias com bebês. Mas melhora, Ana. Te juro. Minha filha quase me enlouqueceu nos dois primeiros anos. Foi uma barra muito pesada e muitos questionamentos e uma crise existencial me envolveu e também ao meu ex-marido. Hoje, passado 1 ano e ela crescidinha e mil vezes mais independente, me entristece ver que a gente não teve coragem pra seguir adiante e esperar a crise passar. Por outro lado, talvez só com a separação a gente pudesse ter essa clareza. Posso te sugerir análise? Foi o que salvou a minha vida. De qualquer forma, paciência. E cuida de você, para que você consiga avaliar melhor o seu sentimento. Beijo

  6. Raquel
    17 de agosto de 2014 at 21:48 — Responder

    Estou passando por uma situação bem dificil!
    Nunca trabalhei fora, pois meu marido nunca deixou, casei com 18 anos, fui mãe aos 25 e hj tenho 32, tenho 2 filhos e me encontro confusa demais! Pois me separei, e ate agora não encontrei um emprego, ou seja tenho 2 filhos para criar ( sustentar ) sem conseguir um trabalho por não ter experiencia em nada. Sofro por ama-lo demais . Sinto vontade de sumir em todo instante

    • Camila
      18 de agosto de 2014 at 16:40 — Responder

      Raquel, fico triste em ouvir o seu depoimento. Sobre sustentar seus filhos, você não pode e nem deve fazê-lo sozinha. Converse com ele, elabore uma planilha com suas despesas e de seus filhos. Se necessário, procure um advogado para uma orientação específica. Acho que essa é uma situação imediata, certo? No mais, ache forças para pensar no que você quer fazer da sua vida. Pense que 14 anos te deixaram meio paralisada com a exigência de que você não poderia trabalhar, mas agora um novo mundo se abre pra você. O que você quer fazer? Aprenda a sonhar com um futuro profissional pra você. Mas é claro que sonho e realidade são coisas diferentes e se você precisa achar um emprego rápido para colocar dinheiro em casa, faça uma lista das suas aptidões. O que você sabe fazer? Coloque no papel e faça uma lista de empregos que você possa procurar que não exija experiência prévia. Na hora do sufoco, você pode e deve fazer qualquer coisa. Já procurou ser consultora de beleza? Sem te conhecer, fica difícil te aconselhar acerca de empregos etc. mas pense que você é livre pra fazer da sua vida o que quiser. No início dá um medinho, mas depois, com você fortalecida, tudo vai ficando mais claro. Beijo e sorte.

  7. Indiara
    20 de Fevereiro de 2015 at 23:39 — Responder

    Muito bom o texto!!!

  8. Isabela
    13 de dezembro de 2015 at 22:51 — Responder

    Bem, eu e meu marido estamos passando por uma crisse emocional, a mais ou menos um ano nos, nos separamos Por um mês, mas nos demos a oportunidade de tentar denovo, já temos 11 anos de casados e uma filha de 3 anos, os motivos são muitos, mas quem não está mas querendo sou eu, só não resolvi tudo aída Porq trabalho fora e passo a semana longe de casa só.estou com.eles nos finais de semana, fico sem saber por onde começar afinal não tenho como trazer minha filha na semana o lado bom e que minha sogra mora comigo desde sempre é ela mim ajuda com minha filha, mas meu medo mesmo e que ela passe pelo o q eu passei, venho de pais separados, porém meu pai e minha mãe nunca chegaram ao um acordo e eu sofri muito com tudo aquilo,e medo de separa e ele o pai mudar com a rebeca e eu mim culpa por algum sofrimento dela,penso que se eu fica e engolir esse casamento seria melhor!!!

  9. Jessica
    9 de setembro de 2016 at 7:58 — Responder

    Meu marido saiu de casa a 1 mês alegando que viramos amigos e ele estava interessado em outras pessoas, temos um filho de 6 anos e descobri que ele já está saindo com uma garota bem mais nova, vou conversar com ele no fim de semana para contarmos para o nosso filho sobre a separação e tentar seguir a vida, ele quer ser meu amigo, mas como fazer isso depois da separação? Como vc consegue?

    • Camila
      9 de setembro de 2016 at 18:48 — Responder

      Oi Jessica, em primeiro lugar, sinto muitíssimo. Separar é uma longa jornada e não é fácil achar um equilíbrio entre a distância necessária para recomeçar e a necessidade (que você nem quer, mas é inevitável) de contato com o seu passado. Mas, de verdade, o tempo trata de afastar. Fazem mais de 3 anos que eu me separei e já vivemos tantas dinâmicas. Agora acho que atingimos uma maturidade, um distanciamento respeitoso e conseguimos nos divertir em eventos familiares, ser família pra ela. Isso é o que importa pra mim. Boa sorte, querida. Meu carinho pra você.

  10. lara
    15 de Maio de 2017 at 2:13 — Responder

    Olá Camila, meu nome é Lara e tenho 20 anos , estou na dúvida do separa ou nao separa.
    Estou com meu marido 4 anos e morando junto2 anos, temos uma filha de 1 ano e 10 meses, e é muito apegada ao pai, agente na maioria das vezes nos damos super bem gosto muito dele, mais ultimamente anda passando muito pela minha cabeça a separação.
    Tem coisas que acontecem q eu nao admito, uma das coisas que pesa é que ele foi meu primeiro amor e não vivi nada da vida, outro motivo é ele ser carinhoso , dar castigo, mais nao me ajuda em outras coisas em relação à ela.
    E o que mais me magoa é ele dizer q falo de mais e nao quer nem ao mesmo tentar conversar pra acertar as coisas.
    Queria ter metade da coragem q você teve para em fim seguir a vida do jeito q eu quiser, por que é difícil quando a pessoa se acha nosso dono.

    • Camila
      30 de Maio de 2017 at 16:45 — Responder

      Iara, separar é difícil demais. É difícil superar tristeza, medos, inseguranças e neuroses. Mas, ser infeliz é ainda pior. Por outro lado, as pessoas se separam por qualquer motivo, sem dar chance de se acertar, por que conviver e ficar casado precisa de muito trabalho. O que significa “viveu nada da vida”? Você pode muito bem viver a vida casada, com filhos e tudo mais. Estar casada não significa que a vida acabou. (se você estava falando de outros caras. Iara, na boa, cê não tá perdendo grandes coisas, não. haha). Sobre ele não te ajudar com ela, em primeiro lugar leia esse post cujo link está abaixo. E, somente com muita conversa e muito ajuste é que as relações tomam seu rumo.
      http://mundoovo.com.br/2015/pai-nao-ajuda-pai-cuida/
      Beijos e sorte.

  11. Alice
    7 de julho de 2017 at 8:14 — Responder

    Camila bom dia!
    Quando me casei por amor, jurei a Deus que seria na saúde e na doença, na alegria e na tristeza até que a morte nos separasse.
    Agora depois de 10 anos de casados e 2 lindos filhos de 8 e 2 anos e meio ele resolveu querer se solteiro, onde nos ultimos anos vem me sacaneando curtindo a noitada, indo a termas nao se sentindo a vontade em estar com a família, perdoei e estava disposta a continuar até finalmente enxergar que não dava mais para aturar as chegadas pela madrugada a falta de respeito. Enfim ele alega não gostar mais tanto de mim e que não suporta mais os deveres do casamento. Como pode mudar assim e abrir mão da convivência familiar qual tiveram tantos bons momentos?
    Me sinto triste pois atualmente não trabalho nao tenho renda fixa e não tenho minha mãe a quase um ano quando me senti sem chão e agora sem ela me sinto novamente sem chão fico pensando como irei sustentá los? Teremos que morar em outra casa, como farei. Espero dar a volta por cima e que essa dor passe, nem doente posso ficar porque como farei se meus filhos agora vão depender muito mais de mim?

    • Camila
      10 de julho de 2017 at 12:02 — Responder

      Alice, eu nunca me vi na situação de não ter a minha própria renda. Sempre trabalhei e não parei em nenhum momento. Então, embora minha vida tenha passado por um ajuste financeiro, é claro, o “grosso” da minha vida permaneceu o mesmo. Eu imagino que você precise passar por uma estratégia, se sua intenção é se separar e a primeira delas é se tornar o mais independente financeiramente que conseguir. Sim, tem justiça, tem pensão, tem essas coisas todas. Mas nunca se sabe como ele vai agir e vocês precisam comer hoje. Procure um advogado discretamente, pensa em se organizar e achar um emprego. De repente ele vai perceber a movimentação em você e vai refletir sobre os problemas que você estão enfrentando. Continue conversando, mesmo que termine em separação, vale a pena – ponderadamente – refletir sobre tudo o que vocês irão enfrentar. Até pra separar vale a pena companheirismo. Sorte, querida. E conte com esse ombro virtual, aqui.

  12. Isabella
    1 de outubro de 2018 at 17:27 — Responder

    Nossa Camila… Chorei horrores quando li seu texto… Acho que ninguém nunca conseguiu traduzir tão bem o que estou sentindo agora. Infelizmente, no meu caso, eu e o pai não conseguimos nem ao menos conversar. As vezes, a sensação é de que nunca mais vou me sentir em paz… que esta dor vai sumir. Como você lidou com a questão da pernoite com o pai? Sou muito criticada também pelo fato do meu filho dormir na minha cama comigo. Ele tem 1 ano e meio. Como foi esta questão da sua pequena dormir com vc? E nas noites em que ela não estava com você? Era absurdamente horrível?

    • Camila
      19 de outubro de 2018 at 12:15 — Responder

      Oi Isabella, desculpa a demora em responder, eu estava de férias. Victoria já está com 8 anos, nós estamos separados há cinco. Victoria dormiu comigo direto até agora. Esse ano ela pediu para “treinar dormir sozinha”. Dorme na propria cama todos os dias e pula pra minha de madrugada na metade do tempo. Eu realmente dou zero bolas pra criticas, quem cria, sustenta e manda sou eu 🙂 Nas noites em que ela dormia no pai, foi horrivel no começo, depois comecei a curtir mais e hoje eu AMO meu tempo de adulta, de sair com outros caras, de sair com os amigos, de viajar etc. Fabiano e eu continuamos nos dando bem. Ele recentemente foi morar com a namorada, tudo continua em paz. Guerrear com ex não dá. Tentem achar paz, isso vai ser infinitamente melhor pra voces como pais que terão de conviver o resto da vida, mas ainda para o seu filho. O tempo é a melhor forma de cura (e análise. muita análise).

  13. Aline
    27 de Fevereiro de 2019 at 19:54 — Responder

    Essa dor não vai passar? Dói tanto. Chega a ficar física. Dói o corpo o peito .

  14. Jac
    8 de Janeiro de 2020 at 23:25 — Responder

    Seu depoimento hj salvou uma vida.
    Obrigada.
    Deus te abençoe.

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