Os primeiros momentos na vida de um bebê

“Quando meu primeiro filho nasceu e o obstetra o colocou em cima do meu seio, eu e o meu marido o chamamos pelo nome, da mesma maneira que conversávamos com ele, quando ele ainda estava na minha barriga. Ao ouvir a minha voz ele abriu os olhos por alguns momentos e depois fechou. Naquele instante eu, a mãe, ‘entendi’ que essa foi a minha primeira comunicação com o meu filho, fora do útero, pois ele tinha reconhecido a minha voz, o meu cheiro…”

O interesse pela vida psíquica do bebê recém-nascido tem aumentado consideravelmente. Por isso, achei interessante descrever alguns experimentos recentes que mostram a capacidade sensorial e de comunicação desses bebês, parecidos com o que relatei acima – o que até algum tempo atrás eram consideradas quase como conto de fadas contadas pelas mães.

Para pensarmos nessa comunicação, devemos ter em mente o conceito de que ocorre uma continuidade entre o antes e o depois do nascimento. Existem experimentos com relação ao olfato e a gustação, onde estes vão ser escolhidos um cheiro/gosto com o qual o bebê teve experienciar intra-útero. Por exemplo, nos Estados Unidos, foi colocado citral (gosto cítrico) no líquido amniótico de determinadas grávidas e observaram o reconhecimento do citral pelo feto. Mais tarde, colocaram o citral no leite materno e os que tiveram contato com este no útero da mãe o preferiram ao que estava sem. A mesma experiência foi feito com suco de maçã: dando ao recém-nascido a possibilidade de escolher entre um alimento com e sem cheiro de suco de maçã, ele vai escolher o que tem cheiro de suco, se ele teve contato com o suco de maçã ainda dentro do útero. Isso prova que ele já cheirou e já provou, senão ele não poderia reconhecer.

Existe portanto um aprendizado pré-natal, uma ambientação com aquilo que está presente no útero.

Outro estudo interessante observou que o feto reage diminuindo a frequência cardíaca quando ouve a voz da mãe dirigida para ele. Essas experiências nos mostram que, ao nascer, o recém-nascido procura marcos de referência que o ajude a se lembrar dos nove meses intra-útero, como a voz da mãe e do pai, os batimentos cardíacos da mãe, os barulhos internos do útero, o cheiro do suco gástrico e do liquido amniótico.

Portanto, o bebê provou que ouviu, sentiu, reconheceu sua mãe durante os nove meses, e que ao nascer, momento de aprendizado de uma nova vida, onde a participação da mãe é importante, ele se separa dela, a perde. A separação é um acontecimento dramático na vida do bebê, mas é inevitável, por isso tentar amenizar os seus efeitos é bastante importante. A presença da mãe e do pai, com suas marcas de referências, suas vozes, seus cheiros, seus toques faz o bebê reencontrar o que lhe é de familiar, e o ajuda a se inscrever no novo ambiente, na nova vida, no mundo.

 

 

Imagem destacada: Vinoth Chandar

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1 Comment

  1. janny carvalho
    11 de dezembro de 2014 at 9:52 — Responder

    Adorei

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