10 coisas que você precisa saber sobre se separar com filhos

De vez em quando pipoca um bom texto na Internet sobre a aventura da maternidade solo. Alguns criticam os pais que se acham a última garrafa de água do deserto, mesmo quando a mãe é quem tá ali na ralação do dia a dia. A fácil paternidade é um exemplo cômico se não fosse trágico. Outro nem tentam fazer graça como Pai quando dá e É possível cobrar que um pai cuide do filho. As mães também estão escrevendo por aí e nesse ponto nada supera as tirinhas da mãe solo.

Desde que escrevi o post Mãe e separada: uma nova dinâmica familiar, sobre a minha própria separação, que recebo centenas de mensagens de apoio, depoimentos, dúvidas e comentários. Mas confesso que eu parei aí nesse post, compartilhando um pouco a dor sobre como sobreviver no início, como achar a própria tábua que vai evitar que você se afogue em tanta tristeza.

Mas tem mais. Muito mais. Depois que você supera a dor – ou pelo menos enterra ela bem no fundo do âmago do seu ser –, você sacode a poeira e vai lá criar a criança, fazendo o melhor possível, sabendo que é solitário pra #$@**¨%$ (insira aqui seu palavrão predileto) e que você ainda precisa achar forças pra ser feliz.

Mas tem mais. Muito mais. A vida é maior que a maternidade, minha gente. E é esse mais que eu quero compartilhar com você.

1) Mãe solteira, eu?: Você vai ter dificuldades de encarar o termo “mãe solteira”, afinal foi casada coisa e tal. Num bate-papo com a Fernanda Nunes ela me chamou pra real: “Você não é mãe? Seu estado civil não é solteira? Então para de engasgar e assume logo isso” E assim você vai começar a usar timidamente o termo, até sair completamente do armário.

2) Tirar o atraso, nem que seja por despeito: No início pode ser que suas amigas solteiras pirem um pouco e queiram arrumar pra você uns 30 sujeitos para você ocupar a cabeça. Um pra cada dia do mês. Elas vão te dar um curso intensivo sobre o mercado do sexo no século XXI. Por fim vão instalar o Tinder no seu telefone e sair curtindo uns moços, pois você se recusa sequer a olhar esse troço. Vão te arrastar pra fora de casa para programas que você tinha abandonado no século passado. Você vai se achar uma estranha no ninho. Vai também fazer as contas e lembrar que a última vez que você beijou alguém pela primeira vez era 1998. #$@%. A vontade que dá é de voltar pra casa. Mas não volta não. É que nem andar de bicicleta. Se elas te arrumarem os tais 30 sujeitos, melhor ainda.

3) A fase ermitã: Passado o furacão e a quantidade industrial de homens que suas amigas te arrumaram, você vai dar uma parada. Aqui é onde mora o perigo. Você fica mais em casa até que fica de vez e resolve encarar o desafio “zerar o Netflix”. Final de semana chega, criança na casa do pai, e você fica 48 horas seguidas com o mesmo pijama, com guloseimas na cama, assistindo todas as temporadas de Charmed e agradecendo ao Netflix pela graça alcançada de não ter mais nem que mexer no controle remoto pra passar pro próximo capítulo. Derrota.

4) O equilíbrio, enfim: Mas em algum momento você encontra o meio termo. Sai, mas também curte ficar em casa curtindo o silêncio, as crianças e tudo bem. Já entendeu que não deve mais nada pra ninguém e também não sai só pra achar alguém. Vai curtir as coisas que você gostava antes e durante o advento do casamento e da maternidade: ver umas exposições, curtir uns programas diferentes na sua cidade, levar seu filho para visitar pontos turísticos e de repente fazer uma trilha. Você adorava praia! Por que mesmo que deixou de ir?

5) Mãe solo-itária: Passou um tempo, a vida acalmou, você achou a sua nova vibe e é aí que você consegue compreender a solidão da mãe solteira. A criança tá louca e você no seu limite e não tem ninguém pra ficar com o pequeno monstrinho enquanto você toma um banho frio pra se acalmar. Num dia lindo, sua filha escreve o nome pela primeira vez e você comemora com (…) bom, comemora com ela. Mãe solteira precisa ser duplamente organizada, por que não tem mais ninguém do seu lado pra te dar uma força quando você está atrasada. Mas tudo bem. Faz parte e você, que além de solteira é guerreira, tira isso de letra. Mais ou menos.

6) Sobre organização: Aliás, falando em organização, as pessoas têm uma dificuldade de entender que você só conta com você mesma assim de última hora. Sua personal (sim, você arrumou uma personal) te liga porque vagou um horário em cima da hora e você tem que dizer não. Sua amiga arrumou um convite para aquela festa estranha com gente esquisita e é o seu final de semana, sua mãe tá viajando e sua irmã já foi dormir. Acontece. Não fique ressentida e vai assistir todas as temporadas de White Collar no DVD e ficar suspirando pelo Matt Bomer enquanto a cria dorme agarradinha ao seu lado.

7) Sobre solteiros sem filhos x solteiros com filhos: seus amigos solteiros e sem filhos comemoram a sua solteirice. E aí que no sábado vai rolar praia cedo. Depois vai rolar almoço naquele boteco incrível. Depois todo mundo vai emendar no boteco do lado, aquele que tem drinks incríveis. Aí você só tem tempo de tomar banho, descansar uma meia hora porque depois partiu festa na casa daquele sicraninho que tem um irmão gato recém-separado. Você, a velha chata de galocha, já começa dizendo NÃO: “Sabe o que é? Não posso sair o dia todo e a noite toda, tem criança e coisa tal…”. O amigo retruca: “Ué, mas cadê a babá?”. Você didaticamente desenha: “Então, babá não substitui a mãe”. E seu dia vai ser adaptado: você vai pra praia com criança e babá a tiracolo. Sai mais cedo da praia pra dar almoço pra cria que tá dando defeito de fome e sono. Vai fazer a criança tirar uma soneca pós-praia e apaga junto. E depois que deu jantar, banho, brincou de jogo da velha, boneca e carrinho, leu a história e fez a cria dormir, você olha pra sua cama, pensa na festa, olha pro DVD com aquele filme romântico, lembra do irmão gato e faz aquele esforço sobre-humano pra sair de casa. Vai pra festa amaldiçoando o salto, querendo muito colocar um chinelinho, mas né? Você é solteira e é isso que os solteiros fazem.

8) Logística: Essa logística de ser mãe e ser solteira é meio complicada. Depois de alguns anos tomando jato de vômito, falando de xixi e cocô, aspirando catarro e mais um sem número de afazeres glamourosos (#sqn), é quase impossível tirar a fantasia de mãe e ser aquela menina misteriosa, que faz gênero, que é meio-sexy-sem-querer-ser-mas-sendo e que fala de assuntos leves e variados. Vai ser dureza. Atualize-se!

9) A casa e o santuário: Minha casa e minha família de duas é como se fosse um templo e não é qualquer um que vem fazer parte do santuário. Se tem criança em casa, não tem festa estranha com gente esquisita; não tem carinhas que eu mal sei de onde saíram; não cabe o moço empolgado recém-separado que já quer fazer playdate com as crianças. Na minha casa e convivendo com a minha família de duas só cabe quem já faz parte da minha vida de verdade. E até chegar no ponto de apresentar um carinha pra minha filha… bem eu nem sei como é que faz para chegar nesse ponto. Mas você entende o que eu quero dizer né? Você sai de casa, mas só quem volta é a mãe.

10) Você é mãe antes de tudo: Durante um tempo você acha que quer voltar a ser aquele espírito livre da juventude. Se ressente um bocado do seu ex-marido que nem lembra mais o significado da palavra família, e tenta arduamente equilibrar mais esse pratinho na lista de pessoas que você já é. Uma hora cai a ficha. Você não quer ser mais nada daquilo. Os 20 anos já passaram. Aliás, os 30 anos também, pelo menos pra mim. Você quer ser a pessoa que você se tornou mesmo. Então você contemporiza. Um dia você quer brincar de ser solteira e sexy. Ou sair com a sua nova galera de solteiros (vocês acabam se reencontrando). Também rever suas amigas casadas e/ou com filhos (as que sobraram, porque é inevitável que algumas dessas suas amigas aí acabem sumindo) e no outro você quer ser quem você se tornou: mãe da criançada, chefe dessa família linda que você construiu.

Essencialmente, o que eu quero dizer é que: é difícil achar seu lugar nesse mundo onde você fica muito (MUITO) tempo achando que tá faltando metade de você. Mas o bom dessa história é que a gente se adapta, se acostuma e passa a gostar mais de viver essa vida. Eu sei bem que pode ser assustador e solitário criar uma família sozinha e ainda ser uma mulher solteira e desimpedida nas horas vagas. Mas você vai se livrando dos rótulos aos poucos. De repente você pode ser a mãe que vai pra pracinha de manhã e cai na gandaia no sábado à noite. Você acha que vai ser difícil virar essa chave. E é. Mas não pode desistir antes mesmo de tentar.

E por aí? Algumas palavras de encorajamento? Algumas pérolas da sabedoria popular? O que mais você aprendeu depois que virou mãe solteira? E você que sempre foi mãe solteira, pode ensinar mais alguma coisa pra quem está desbravando o mundo da maternidade solo?

 

Imagem destacada: Eduard Stelmakh para Shutterstock

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23 Comentários

  1. Daniela Maia
    5 de Fevereiro de 2015 at 15:46 — Responder

    Oi Camila, adoro os teu posts. Eu vou falar das fases que passei: no início, uma tristeza profunda, eu não me reconhecia, queria minha vida de casada de volta, me sentia incapaz, apesar de viver um casamento destruído, a famosa solidão a dois. Tudo muito difícil, eu não tive a fase de sair com as amigas, eu não tinha amigas. Ia p/ casa da minha irmã e desabafava com ela, que casada, o único programa dela era sair com as crianças e com o marido. Aí me matriculei na dança de salão p/ conhecer pessoas novas. Tinha gente de todas as idades na minha turma, eu marcava p/ irmos aos bailinhos da escola de dança no último sábado do mês e na hora nenhum aparecia. Resultado: eu ficava sozinha e tentava me enturmar com quem estava por lá. P/ mim foi um aprendizado, eu super fechada, de repente ter que puxar conversa com estranho p/ não ficar sozinha. Ainda bem que era todo mundo da escola, não tinha risco. E fui me soltando, cumprimentava até desconhecido. Paralelo a isso, dava toda atenção às crianças, passeávamos bastante, cinema, piscina, parquinho. Só programa de criança. Isso durou uns 2 anos, eu saía, p/ programa de adulto, mas era no máximo 1 vez por mês e olhe lá, às vezes nem isso. Aí minha tia separou e me convidou p/ ir p/ um forró. Foi onde conheci o 1o. namorado. Namoramos 5 meses, mas terminei, porque apesar de me tratar super bem, ele não tinha paciência com minha filha de 7 anos. Então, você só vai conhecer o cara, quando apresentar p/ ela, pois a relação a dois sem criança no meio é só flores. Quando o cara começa a ouvir choro de menino que não é dele, ele se revela. Eu terminei logo e contei p/ crianças. A minha filha falou assim:’Mãe, graças a Deus, eu não gostava dele.’ O menino, que é mais na dele, ficou calado. Hoje em dia, estou com o 2o. namorado, eles convivem, adoram ele, a menor vive agarrada com ele, sai p/ passear com ele sem mim, eu confio nele até agora. Mas a gente é mãe e cheia de neuras e vou te confessar que fico tensa toda vez que ela me pede p/ ir na casa da filha dele e eu não posso ir. Aí ela já fala: ‘Mãe, não se preocupa que eu vou com o Wilson. Ele toma todo cuidado comigo’ Quando ela fala isso, eu tenho vontade de chorar, pela inocência dela, porque sei que preciso criá-la p/ mundo, mas a minha vontade é colocar embaixo da asa e proteger de tudo, do mundo, das pessoas, das tritezas, das decepções. Ela vai e quando volta sã e salva, feliz e contando as novidades, eu respiro de alívio. Mas é muita emoção p/ um coração de mãe. E essa solidão, desamparo nas alegrias, nas novas descobertas, nos apertos, eu também sinto. Relato p/ namorado, mas não é a mesma coisa, o filho não é dele, o entusiasmo e a aflição, não são os mesmos do pai. Mas é o preço a pagar. E quanto a organização p/ sair também é a mesma, se me convidam em cima da hora, não vou e assumo que agora tem as crianças e não tenho com quem deixar. Se for tudo planejado dá p/ sair. E o que aprendi é que antes de fazê-los felizes, eu preciso estar feliz comigo mesmo, não feliz o tempo inteiro, preciso do meu tempo. Agora consigo dividir, de dia vou p/ parquinho, sorveteria, cinema, piscina, faço natação junto com eles e a noite vou p/ meu forro, porque eu mereço, não todo final de semana, porque não curto, mas pelo menos quinzenalmente tô lá.

    • Camila
      8 de Fevereiro de 2015 at 21:21 — Responder

      Oi Daniela, obrigada por compartilhar sua história. Beijo carinhoso 🙂 Camila

    • vanessa
      23 de Maio de 2017 at 14:59 — Responder

      que historia hein! isso é tão real. Estou preste a me separar, eu quem não quero mais, mas tenho medo pelos meus filhos… e quantas neuras a gente tem né?

  2. cintia yuri
    7 de julho de 2015 at 15:49 — Responder

    Muito legal esse texto. Leve, alegre, positivo…

  3. Juliana
    6 de dezembro de 2015 at 15:23 — Responder

    Me indentifiquei muito,lindo texto motivador 👏

  4. kah
    1 de agosto de 2016 at 3:36 — Responder

    Estou lendo seu post pois me separei há 7 meses e tenho um filho de 4 anos. Mas não posso sair de casa pois não tenho com quem deixá-lo. Ele me acompanha desde o trabalho até o retorno para casa. Não saio para paquerar,nem para respirar…O pai dele não visita,deixou tudo nas minhas mãos. Fico buscando forças para mostrar ao meu filho q somos felizes. Tem dias bons e outros ruins…#força

  5. Fernanda Costa
    30 de setembro de 2016 at 9:37 — Responder

    Estou me separando e procurando forças para passar por tudo isso…
    Nunca pensei em criar o meu filho sozinha, mas vi no seu texto que podemos fazer tudo sozinha e melhor, viver feliz! Assim como casada tbm vivemos momentos tristes e solitários, pois ser casada não é sinônimo de felicidade e contentamento.

    Bjs 🙂

  6. Vanessa
    23 de Maio de 2017 at 14:57 — Responder

    quero me separar e tenho medo de tudo isso… escrevo isso com lagrimas nos olhos…

    • Camila
      30 de Maio de 2017 at 16:41 — Responder

      Vanessa, separar não é moleza. É difícil enfrentar nossas inseguranças e medos. Mas ser infeliz é infinitamente pior. Sorte, querida.

  7. Vanessa
    9 de setembro de 2017 at 15:20 — Responder

    Vamos montar um grupo de whatsapp pra trocar experiências… qem quiser posta o número que eu crio.. estou me separando tbm 🙁

  8. Vanessa
    9 de setembro de 2017 at 15:23 — Responder

    Penso nisso a muito tempo. Mais nunca tive coragem tenho 2 filhos pequenos penso neles e na vida dificil qe espera la fora… relacionamento muito dificil com muitas traições sinto q devo sair mais falta a coragem…

  9. Cristina
    26 de novembro de 2017 at 4:04 — Responder

    Estou me separando neste momento e eu é que sai de casa e o deixei. Não é fácil tem que ter muito auto controle pra tomar essa decisão e ir em frente, ainda mais quando se tres filhos que é o meu caso de 5,1 e sete meses respectivamente. Sei que minha vida vai ser mais difícil mas viver infeliz o resto da vida talvez seja bem mais difícil. Daqui um tempo espero postar um comentário feliz aqui sobre o que aconteceu, neste momento estou juntando forças pra não abalar as crianças e resolver tudo de forma clara e pacífica. Ninguem constitui familia pensando em separação, mas chega uma hora que talvez seja o melhor a se fazer. Adorei seu texto Camila.

    • Raquel
      14 de Janeiro de 2018 at 20:18 — Responder

      Eaí Cristina, se separou? Conta pra gnt o que aconteceu? …

    • Ale
      17 de Abril de 2018 at 23:12 — Responder

      Boa noite Cristina
      Espero que vc esteja ótima.
      Fiquei curiosa em saber o que houve com a sua vida .
      Um grande abraço.

  10. Rebeka
    4 de dezembro de 2017 at 19:32 — Responder

    Sou casada a 10 anos e tenho dois filhos, uma menina de 7 e um menino de 2, tenho um casamento fracassado mais tenho medo da separação, sei que é a melhor decisão, mais não consigo!

    • Camila
      5 de dezembro de 2017 at 11:26 — Responder

      Rebeka, é um longo caminho até conseguirmos ter coragem para mudarmos nossas vidas. Mas ser feliz é mais importante. Procure ajuda. Um abraço.

  11. Raimunda Nonata Rodrigues da Silva
    13 de Janeiro de 2018 at 11:22 — Responder

    Amei o seu post, me identifiquei, desejo uma vida com meus filhos, já separei e voltei duas vezes por causa das crianças e das necessidades delas eu voltei. Todas as vezes me arrependi amargamente, sofro muito. Mas como recomeçar sem emprego, de aluguel, com dois adolescentes e sozinha?

  12. Giselle lara
    20 de outubro de 2018 at 19:24 — Responder

    Camila..vc poderia me adicionar no what

  13. Michele de Andrade
    17 de junho de 2019 at 4:04 — Responder

    Oi, Camila. Eu também estou passando pela separação. Tenho duas filhas e a parte difícil e a falta de emprego e os que da pra arrumar, não dar para conciliar o tempo com os filhos. E eu tenho a sensação que que todos esperam que eu tenha todas as respostas. Ninguém entende que o meu plano era esta casada e que agora eu estou dando um jeitinho pra coisa não fica pior. Estou com medo de bao ser suficiente, de perder as forças de não chegar a lugar nenhum.

  14. Luciane
    15 de Janeiro de 2020 at 19:56 — Responder

    MInha jornada de mãe solteira começa agora. Estou cheia de medos, me sentindo responsável por um futuro muito incerto.
    Foram 20 anos juntos, não sou tão nova, já passo dos 40, beiro os 50. Nem lembro mais como é ser solteira . Sozinha eu já me sentia.
    Foi interessante ler este texto e me imaginar nestas situações – algumas são utopicas para mim, vamos ver o que acontece.
    obrigada por compartilhar.

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