As Olimpíadas acabaram, mas o trabalho do atleta não acaba nunca. Acostumados a superar limites, estimulados a chegar ao lugar mais alto do pódio, não imaginamos que os homens e mulheres que vemos rir e chorar com as glórias, sofrer com as dores e fracassos, começaram essa rotina desde muito cedo. Os atletas são formados na infância, aonde as brincadeiras passam a se tornar “coisa séria” e é preciso que pais e treinadores sejam muito responsáveis para entender o momento sem anular a criança, tranformando-a apenas em um protótipo de atleta. Brincar é tão importante quanto treinar; é na brincadeira que a afinidade por uma ou outra modalidade esportiva se torna aparente.
Conversei com o professor de educação física e coordenador da natação do Espaço Stella Torreão, Roberto Zuquim, e é ele quem está na seção “Cantando de Galo” aqui do Mundo Ovo essa semana.
Sobre a relação pai x filho x treinador:
RZ – Trabalho com crianças a mais de 30 anos e já vi quase de tudo na relação pais x filho x treinador.
Na maioria das vezes o pai possui frustrações ligadas ao esporte que o filho pratica e isso aumenta muito a cobrança em cima dos seus própios filhos, buscando resultados que muitas vezes é impossível de ser alcançado. No meio desse conflito está o treinador que sofre com essa relação com os pais. São os treinadores que possuem todo o conhecimento técnico para orientar seu atleta sem a interferência dos pais mas que, muitas vezes, por educação, dão abertura e escutam o que os pais tem a dizer sobre o desempenho de seus filhos.
O que não pode acontecer?
RZ – Já presenciei briga de pais de atletas de um mesmo time em um jogo de futebol com crianças com apenas 5 anos de idade, ou briga de pais com árbitros em jogo de pólo aquático e ainda briga de pais com técnicos em jogo de basquete. Essas são situações inconcebíveis. Se esperamos que essa crianças sejam treinadas para serem futuros atletas, que tipo de mensagem e exemplo seus pais estão mostrando nessa situação?
Qual a atitude esperada por parte dos pais? Como devem lidar com a pressão e cobrança?
RZ – Acho que os pais devem ser os maiores incentivadores de seus filhos dentro do esporte, dando a eles o suporte em tudo que for possível. Deve-se levar em conta o lado da formação do indivíduo, construíndo uma relação saudável e positiva. O esporte ensina a ganhar e a perder, mas também a conviver com cada uma dessas situações que irão se apresentar no dia a dia de seus filhos.
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